Portugal já não é só futebol!
Está a ser um ano de 2025 fenomenal ao nível dos resultados desportivos de Portugal, um país pequeno em tamanho e em população, sempre muito fechado em si e focado no seu futebol, depois aberto e orgulhoso da fama mundial de Eusébios, Figos, Ronaldos, Mourinhos e Jesus, mas de novo encarcerado nas suas rivalidades clubísticas, sempre mais fortes e intensas do que o prazer simples do espetáculo — tantas vezes fraco, diga-se.
Este é um cenário secular que, porém (e felizmente!) tem vindo a sofrer alterações a uma velocidade inesperada, conquistando, dia a dia e, em particular, nos anos mais recentes, nova cor, brilho e dimensão universal por conta de um crescimento sustentado, tantas vezes à conta de teimosias e casmurrices de meia dúzia de apaixonados que não desistem de dar grandiosidade às modalidades que amam.
Claro que há os clubes, que muito têm trabalhado nos respetivos crescimentos ecléticos, mas há também algumas federações que, mesmo que eternamente à espera de apoios e subsídios, vão tendo nos seus quadros os tais casmurros e teimosos que não deixam cair os seus atletas.
E, mesmo que num dia tenhamos o futebol, e neste caso por conta da figura planetária de José Mourinho, a dominar as atenções mediáticas, a verdade é que temos muitos outros em que os espaços informativos, as transmissões e as capas de jornais começam a ganhar novas cores.
As vitórias nos Mundias de Tóquio dos atletas portugueses Isaac Nader, campeão do Mundo dos 1500 metros, e Pablo Pichardo, bicampeão mundial do triplo-salto são bons exemplos recentes do sucesso de Portugal extra-futebol — no espaço de dias, dois títulos mundiais a juntar-se aos sete conquistados por Portugal, antes, em toda a sua história.
Mas se as alegrias no atletismo já iam sendo algo comuns, o que dizer de João Almeida, o ciclista português, que igualou a proeza de Joaquim Agostinho com um 2.º lugar numa Vuelta pela qual lutou até aos últimos metros e na qual conquistou o mítico Angliru?
Ou, ainda, de Diogo Ribeiro, fenómeno da natação portuguesa, a primeira grande e verdadeira esperança nacional de muitas medalhas na modalidade? Ou também do eterno Fernando Pimenta, cujo exemplo tem trazido tantos outros nomes à canoagem e às conquistas internacionais, por conta de uma das mais bem sucedidas federações nacionais. Situação onde Patrícia Sampaio também contribui para a renovação dos êxitos no judo, com o bronze nos Jogos de Paris, o título Europeu e novo bronze no Mundial em menos de um ano.
Ou ainda o andebol, com a Seleção a atingir os quartos do Mundial, eliminando Suécia, Espanha e Noruega; ou a Seleção de basquetebol, que atingiu os oitavos do EuroBasket.
Há muitos mais, mas bastam estes grandes exemplos para dizer que Portugal já não é só futebol. E ainda bem.