Benfica em estreia para esquecer (ou aprender) na Champions
Num momento em que o Benfica está próximo de celebrar dois anos de invencibilidade na Luz para as competições nacionais, o conjunto de Norberto Alves viveu uma noite para esquecer ao ser esmagado pelo Gran Canaria por 61-98 (16-32, 8-33, 19-22, 18-11) no jogo que marcou o início do Grupo H da Liga dos Campeões.
Partida na qual a inequívoca qualidade do adversário, vice-campeão da ACB espanhola na época passada, frente ao Real Madrid, esteve longe de justificar a hecatombe, em que nada pareceu funcionar na 1.ª parte (24-65).
Altura na qual se temeu um desfecho catastrófico, mas que acabou por não acontecer. Por um lado, porque as águias elevaram, a pouco e pouco, o nível do basquetebol no 2.º tempo, por outro porque a formação insular baixou claramente de ritmo após ter chegado a liderar por 47 em duas ocasiões (36-83, 38-85), perto do final do 3.º quarto.
«Entrámos atrasados uma parte. Dissemos isso ao intervalo e os jogadores perceberam, mas demorámos uma parte a entender o problema. Contra uma equipa com esta qualidade, não se pode demorar esse tempo», salientou Norberto Alves no final à SportTV.
«Este não é o dia a dia da nossa liga, levámos demasiado tempo a ajustarmo-nos à capacidade física e técnica deles e a jogarmos mais em transição, porque em cinco contra cinco o Gran Canaria ocupa muito o espaço. É um conjunto bem trabalhado, com boas regras defensivas», disse ainda.
E assim foi. Mal a defender, sem velocidade para acompanhar os cortes do adversário para o cesto ou tapar linha de passe e falta de reação física na luta, as águias entraram mal, Quando converteram o seu primeiro cesto já haviam passado 3.30m e perdiam por 2-5.
Nada irrecuperável. Só que logo a seguir sofreram um parcial de 2-11 (4-16), os visitantes converteram os primeiros três triplos dos 7 que haveriam de conseguir só na 1.ª parte em 15 tentativas (acabaram com 9/29, contra 7/21).
Daí até ao final do período (16-32), o conjunto espanhol foi dilatando a diferença sem dificuldade e sempre com outra velocidade e eficácia de concretização, que no descanso lhes permitia registar 75% em lançamentos de 2 (15/20), 46,7% nos referidos tiros para lá dos 6,75m, e 77,8 (14/18) de lance livre.
À entrada para o 2.º quarto parecia que nada podia ser pior. Mas foi. O Gran Canaria acelerou, o Benfica desorientou-se ainda mais a defender, falhou de todo o lado, quando não perdeu a bola antes (19! turnovers) e sofreram um desmoralizador parcial de 0-22 (16-56).
Quando Koby McEwen (17 pts, 4 res), o melhor marcador do encontro, encestou pela primeira vez no período restavam 2.24m (19-56), para o descanso.
O silêncio imperava nas bancadas e até o speaker já nem sabia como puxar pelo público que, incrivelmente permaneceu para a 2.º parte e então já viu um pouco de outro basquetebol. Mas pouco.