Lance de Justin De Haas com o central argentino do Benfica marcou o jogo na Luz

A análise de Pedro Henriques à arbitragem do Benfica-Famalicão

Foi o VAR que assumiu protagonismo no penálti cometido sobre Otamendi, num jogo onde a gestão disciplinar não foi a melhor

29' Falta. Há mesmo infração de Gil Dias sobre Samuel Dahl, no lance que depois origina a situação em que o VAR dá penálti. Na ocasião o jogador do Famalicão estica a sua perna esquerda e dá com a sola na perna tornozelo direito do jogador sueco dos encarnados.

30' Braço na cara. O VAR interveio de forma correta para dar pontapé de penálti sobre Otamendi. Na ocasião Justin de Haas ao saltar abre o seu braço direito de forma evidente e deliberada e acerta de forma negligente na cara do central encarnado. Penálti e amarelo. Uma entrada ou abordagem negligente de acordo com a lei 12 (faltas e incorreções, página 109) significa que o jogador atua sem ter em conta o perigo ou as consequências do seu ato para com o adversário, e nestas circunstâncias, além do amarelo, tecnicamente, é punido com livre direto ou pontapé de penálti quando for cometido por quem defende no interior da sua área. Isto significa que um jogador tem de ter cuidado na forma como aborda um lance, para que com as pernas, ou pés, ou braços, independentemente de tocar ou não na bola, não atinja o seu adversário. Neste caso em concreto, Justin de Haas salta e abre de forma deliberada e ostensiva o seu braço direito movimentando-o para trás e acertando em cheio com a zona do cotovelo no rosto de Nicolas Otamendi. Uma infração passível de pontapé de penálti, que tal como o árbitro justificou foi pela entrada negligente. Decisão correta de assinalar o respetivo castigo máximo.

POSITIVO
A intervenção decisiva e assertiva do vídeo árbitro no caso que define o resultado. O tempo útil de jogo (61%).

45+1' Sem penálti. Otamendi salta na frente de Rafa Soares e ilude a perceção da trajetória da bola. Esta vai de forma inesperada bater no cotovelo esquerdo de Rafa que tem o braço dobrado e encostado ao corpo e sem volumetria e em posição natural para o gesto técnico.

45+4' No colega. Na área dos encarnados Van de Looi remata e a bola foi bater no cotovelo esquerdo do próprio colega, que na ocasião era Gil Dias, nunca batendo no braço/mão de Nicolas Otamendi. Tudo legal e sem motivo para qualquer infração.

49' Faltou amarelo. Foi na parte disciplinar que o árbitro, por ter privilegiado o contacto físico e ter apostado em deixar jogar, que acabou por ter algumas falhas. Foi o que aconteceu quando não valorizou um agarrão que por ser evidente e ostensivo e que pressupõe sempre o não tentar jogar a bola e o tentar parar e destruir a jogada é normalmente sancionado com cartão amarelo. Foi o que deveria ter acontecido quando Rafa Soares esticou o seu braço esquerdo e agarrou e puxou a camisola de Gianluca Prestianni já próximo da área.

NEGATIVO
Embora tenha tido o jogo sempre controlado foi menos assertivo no plano disciplinar, ficaram amarelos por mostrar.

85' Foi a outra falha disciplinar, e uma vez mais, no pressuposto de privilegiar o contacto físico, que é sempre de enaltecer, contudo houve mesmo falta, um tacle deslizante, em salto, negligente, onde, não com a perna da frente que ia esticada, mas com a perna de trás, Gustavo Sá com o pé esquerdo acertou na zona do Aquiles/perna de Gianluca Prestianni.

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90' Foram dados cinco minutos de tempo extra, recuperação de tempo perdido, pelas seis paragens para substituições onde entraram oito jogadores, tendo como referência os quarenta e cinco segundos que por pré definição se dão para cada paragem acaba por ter sido correto o tempo que foi dado.