Barrenechea em disputa de bola no Benfica-Famalicão - Foto: LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Barrenechea em disputa de bola no Benfica-Famalicão - Foto: LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

Barrenechea equilibrou a equipa e manteve o jogo sob controlo (as notas do Benfica)

Em noite de escasso espetáculo, o melhor em campo não foi um ‘artista’, mas sim um ‘seis’ com pés de ‘dez’ e vocação de ‘oito’. Neste Benfica de Mourinho em construção - dos alicerces (defesa), rumo ao telhado (ataque) -, Barrenechea, lúcido, pragmático e sempre no sítio certo, disfarçou alguma falta de inspiração e bastante falta de intensidade (especialmente na primeira parte) dos encarnados
O MELHOR EM CAMPO: Barrenechea (7)
É preciso andar de lupa para se encontrar uma ação excecional de Enzo Barrenechea ao longo dos 90 minutos. Talvez um passe açucarado para o compatriota Prestianni, aos 25 minutos, tenha sido o momento mais colorido do argentino. Mas o que o médio que na época passada defendeu o Valência deu ao Benfica permitiu, muito provavelmente, à equipa de Mourinho, manter o zero na baliza de Trubin. Era preciso um desarme precioso? Lá estava Enzo. Era preciso sair de uma situação apertada com um passe cirúrgico? Lá estava o Enzo. Era preciso cortar linhas de passe? Lá estava o Enzo. Era preciso usar o corpo para ganhar a jogada? Lá estava o Enzo. Todas estas ações, funcionaram, para o Benfica, como a cola que manteve unida a estrutura e abriu a porta aos três pontos. 

5 TRUBIN – Genericamente, uma noite descansada, frente a um Famalicão que não soube ser bom no último terço. Depois de ter optado por fugir ao risco, pontapeando para longe, sempre que ‘cheirava’ perigo, foi obrigado a uma primeira (e única) defesa mais apertada aos 57 minutos, e 600 segundos volvidos andou aos papéis ao não capitalizar devidamente os dois metros de altura que ostenta, provocando um enorme calafrio na Luz.  

6 DEDIC – O lateral bósnio começou mal o jogo (aliás os primeiros 15 minutos foram do Famalicão, com o Benfica a ver jogar), nervoso, ansioso e sem ‘timing’ de entrada. Valeu-lhe uma ‘roleta’ bem conseguida ao quarto de hora para ganhar confiança, assinando, daí em diante, uma exibição positiva. Grande destaque para uma ação que protagonizou aos 51 minutos, a fletir da direita para o centro à procura do pé esquerdo, finalizada com um remate forte que saiu pouco ao lado. 

6 TOMÁS ARAÚJO - Uma primeira parte com duas intervenções excelentes, a primeira, aos 12 minutos, a dar profundidade à defesa, recuperando uma bola perigosa metida nas suas costas; e a segunda, aos 23, ao tirar, de cabeça, uma bola metida ao segundo poste, que tinha Zabiri como destinatário. 

7 OTAMENDI – O capitão do Benfica atravessa um bom momento, apesar da enormidade de jogos que já tem nas pernas. Começou por mostrar-se com dois passes que o mais cotado dos ‘maestros’ não desdenharia assinar, aos nove minutos para Dahl e aos 14 para Dedic; à meia hora sofreu a falta de De Haas que seria sancionada com a grande penalidade que Pavlidis transformou em três pontos. No segundo tempo, foi o líder de que o Benfica precisava, sereno, decidido e sempre muito focado. 

7 DAHL – Um remate perigoso (embora sem muito ângulo) aos 25 minutos, obrigou Carevic a uma boa defesa. Mas o jovem sueco valeu, essencialmente, pela continuidade que deu ao jogo e pela frequência em que se mostrou para oferecer soluções aos companheiros. Já se veem, aqui e ali, alguns sinais de entrosamento com Sudakov.  

5 RÍOS - Não foi a noite mais feliz do ‘cafetero’, na Luz. Embora tenha tido, em algumas situações, pormenores de grande brilho, faltou sequência ao seu futebol, alternando o bom com o errático. Também andou longe das zonas onde pode explorar a meia-distância, uma das suas principais armas.  

6 PRESTIANNIPode fazer melhor, apesar de ter cumprido na função de ‘agitador’ que lhe foi confiada. A exibição do jovem argentino acabou por ser mais em quantidade (é verdade, deu-se ao jogo como se não houvesse amanhã), do que em qualidade, com muitas jogadas trapalhonas ao longo dos 87 minutos em que esteve em campo. Bom passe para Aursnes (65) e grande remate aos 78 minutos. 

5 AURSNES – Chamado à posição que tem sido de Barreiro, no apoio a Pavlidis, o norueguês teve uma noite de pouco brilho, escassa inspiração e muita entrega. Teve uma perda de bola para Rodrigo Pereira que podia ter comprometido a sua equipa e aos 65, isolado, permitiu a defesa de Carevic. 

6 SUDAKOV – Um bom remate aos 11 minutos, parecia ser o início de uma noite de gala. Mas não foi. Apesar de algumas jogadas que revelaram o seu grande talento, ainda não foi o dínamo de que o Benfica precisa para, a partir da esquerda, criar situações de superioridade numérica na zona central. Está mais entrosado, mas a léguas do que pode vir a ser. 

6 PAVLIDISSempre pode dizer que resolveu o jogo, com o golo que apontou dos onze metros (execução soberba da grande penalidade, aliás). Mas, porque nunca teve ninguém a apoiá-lo devidamente, acabou por passar ao lado da partida, perdido entre os centrais do Famalicão. 

 6 ANTÓNIO SILVA – Chamado para o lugar de Tomás Araújo aos 55 minutos, esteve bem, nunca arriscou passes para dentro e foi dominador no jogo aéreo. 

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5 MANU – Foi cumprir uma missão tática, dando maior densidade e capacidade de recuperação de bola ao meio-campo do Benfica. 

6 RODRIGO RÊGO – Olha que boa e refrescante surpresa: sem medo de ter bola, e a gozar cada segundo de fama, o jovem encarnado deixou muitas promessas interessantes. 

5 IVANOVIC – Usou de forma empenhada o tempo que teve para se mostrar. E deu o contributo, essencialmente a defender e fixar adversários, que Mourinho pretendia.