Pogacar tem desejo maior do que o quinto Tour em 2026
Tadej Pogacar já escolheu a prioridade para 2026: antes de uma quinta consagração na Volta a França, o esloveno quer, acima de tudo, riscar do mapa uma das últimas duas fronteiras que ainda o separam da eternidade dos vencedores dos cinco monumentos, a Paris–Roubaix.
«Se pudesse, escolhia vencer a Paris–Roubaix, pois já ganhei o Tour por quatro vezes. A diferença entre zero e um é mais significativa do que entre quatro e cinco», assumiu o líder da UAE Emirates, formação que conta com os portugueses João Almeida, Rui Oliveira, Ivo Oliveira e António Morgado.
Aos 27 anos, Pogacar falava em conferência de imprensa no estágio da equipa, em Espanha, onde traçou o plano para a próxima época: voltar a erguer-se de amarelo no Tour, como em 2020, 2021, 2024 e 2025, e atacar, em força, as inéditas vitórias na Paris–Roubaix e na Milão–Sanremo, provas em que foi segundo e terceiro em 2025.
«Se vencer em Sanremo e Roubaix, terei conquistado praticamente tudo, mas há sempre algo mais. Ainda não venci a Volta a Espanha», lembrou, embora afastando, para já, um regresso à última grande Volta do calendário, preferindo manter o foco noutros objetivos.
O currículo ajuda a perceber a ambição: além das quatro vitórias no Tour e do triunfo na Volta a Itália, em 2024, Pogacar já soma três dos cinco monumentos – Volta à Flandres (2023 e 2025), Liège–Bastogne–Liège (2021, 2024 e 2025) e Volta à Lombardia (2021 a 2025) – e ostenta ainda dois títulos mundiais (2024 e 2025) e um ceptro europeu (2025), ambos de fundo.
«O tempo passa rápido e talvez não haja tanto espaço para tentar ganhar tudo. Não sou obcecado, simplesmente gosto de voltar a essas corridas e tentar vencê-las, até porque ainda não o fiz», analisou, garantindo que não sente necessidade de «melhorar» para atingir as metas e elogiando em particular a estrutura da UAE Emirates.
O arranque de 2026 está desenhado: estreia marcada para 8 de março, na Strade Bianche, prova que já venceu três vezes, antes de um bloco intenso com Milão–Sanremo, Flandres, Paris–Roubaix e Liège–Bastogne–Liège, seguido das Voltas à Romandia, à Suíça e, finalmente, à França.
Nesse caminho para o Tour, Pogacar terá ao lado o mexicano Isaac del Toro, segundo classificado no último Giro, enquanto João Almeida assumirá a chefia da UAE Emirates precisamente na Volta a Itália e possivelmente na Vuelta, onde foi vice-campeão na temporada passada, depois de abandonar a Grande Boucle.
«O Tour é simplesmente a maior corrida do mundo», reforçou o bicampeão mundial, que em 2026 procurará igualar o mítico recorde de cinco vitórias na Volta a França, marca partilhada por Eddy Merckx, Bernard Hinault, Jacques Anquetil e Miguel Indurain.