Jorginho não quer a camisola de Mbappé: «Só quero os sapatos de Xabi Alonso»
Depois de fazer a sua estreia na UEFA Champions League, e logo no sítio onde mais queria - frente ao Sporting (1-4) em Alvalade -, Jorginho prepara-se agora para receber o Real Madrid no Cazaquistão. O avançado português do Kairat Almaty admitiu que vai ser um grande desafio, afirmando mesmo que todos esperam uma humilhação do adversário, mas acredita que é possível uma boa exibição e, quem sabe, um resultado neste jogo especial.
«Claro. É para todos, mas, no final das contas, cada jogo da Liga dos Campeões é especial para todos. E não importa contra qual equipa jogamos. É a Liga dos Campeões, então a competição já é especial. Não importa se é o Real Madrid, o PSG, o Barcelona. Todas são grandes equipas. Liverpool, Arsenal, Inter, todas são grandes equipas. Então, cada jogo será especial», começou por dizer, em entrevista à Marca, esperando um ambiente diferente na cidade durante esta semana.
«Espero o mesmo que temos tido até agora nos jogos europeus. O estádio estará cheio, com certeza. Acho que a diferença agora é que, além do estádio cheio, a cidade vai parar quando os jogadores do Real Madrid estiverem aqui. Aposto que todos estarão ao redor do estádio no dia do jogo. Serão cerca de 24, talvez 48 horas de pessoas ao redor do estádio. Mesmo no dia anterior ao jogo, as pessoas sabem que o Real Madrid terá um treino no nosso estádio. Então, com certeza haverá pessoas ao redor. Elas não poderão ver o treino, mas estarão ao redor do estádio. A polícia aqui terá um trabalho difícil para manter a paz», atirou, revelando com quem quer trocar de camisola, ou melhor, de sapatos...
«A pessoa que me emociona enfrentar e trocar... não a camisola, mas os sapatos, é Xabi Alonso, o treinador. Ele seria o melhor jogador em campo, com certeza. Quando tens um jogador que adoras, falas com os teus companheiros e pedes para ter a sua camisola. Para este jogo, não falei com ninguém, só quero os sapatos do Xabi Alonso, eles vão me ajudar na minha carreira [risos]. Não há problema se ele não estiver a usar as chuteiras, fico com os sapatos, que com certeza são de ótima qualidade. Se eu usar os sapatos dele, com certeza vou ser um jogador melhor», brincou, confirmando que o espanhol é um dos seus ídolos.
«Para mim, Xabi Alonso é o melhor médio que já vi jogar na minha vida. Desde que ele jogava no Liverpool que sou adepto dele. Jogava com ele no PES, depois mudei para o Real Madrid, obviamente também por causa do Cristiano Ronaldo, mas o Xabi Alonso continuava sempre a jogar comigo. Ele é diferente. Mas, por exemplo, agora, se falarmos dos melhores, para mim são Carvajal, Courtois, Rudiger e Valverde», explicou, entrando também no debate entre Ronaldo e Messi e dando o motivo para não querer a camisola de Mbappé.
«Não é por isso. Para mim, são jogadores diferentes. Vinicius, Mbappé, Rodrygo... para mim, não são tão importantes porque eu vi Cristiano, Benzema, Di María, Bale, Ozil. Para mim, os atuais são jogadores fantásticos, mas depois de ver os outros, não é a mesma coisa. Com todo o respeito, porque são jogadores incríveis, mas não é a mesma coisa que ver Cristiano. Ele é o melhor de sempre. É o melhor junto com Messi, tenho que reconhecer que Messi está ao nível de Cristiano. Estão no mesmo nível, mas se tiver que escolher, sempre Cristiano», garantiu, voltando ao jogo em si.
«Não podemos ter medo de um jogo de futebol. Não é uma guerra. Não estamos a lutar e os outros rapazes não têm armas para atirar contra nós. Não é uma guerra. Não há motivo para ter medo. Não há muito que possamos dizer. O que podemos dizer é: aproveitar, ser responsáveis, ser competitivos e dar o nosso melhor. Claro, eles são os favoritos. Todos esperam que percamos por 0-10, então vamos tentar surpreender. É a maneira de nos motivarmos, porque todos esperam que sejamos humilhados. Refiro-me às pessoas ao nosso redor, não no balnéario», explicou, afirmando que os merengues são o melhor clube do mundo.
«Sim, claro. O Real Madrid é diferente porque, historicamente, é o melhor clube do mundo. Historicamente, é o maior clube do mundo, sem discussão. Sabemos que teremos de defender mais, defender melhor, correr mais e sacrificar-nos mais. Também esperamos ter as nossas oportunidades. Este tipo de jogos às vezes dá-nos uma única oportunidade e, se a tivermos, temos de aproveitá-la ao máximo. Será muito importante sermos muito fortes defensivamente, com os defesas e os guarda-redes no seu melhor dia. Quando tivermos a oportunidade, temos de matá-la», atirou, revelando que não há um plano individual para Mbappé.
«Não há um plano especial. Apenas defender como equipa, juntos. Um pressiona a bola, outro cobre. O normal, mas melhor do que o habitual. Não podemos jogar como no Oliver e Benji na vida real, precisamos de jogar juntos, defender juntos, atacar juntos e proteger-nos uns aos outros. Sim, às vezes vemos isso nos episódios, mas é só para os desenhos animados. Mas isto não é como o episódio em que Oliver chegou ao Barcelona e prepararam uma tática com três defesas... isso não existe na vida real [risos]. O importante é estarmos juntos e competir como equipa», acrescentou.
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