Fábio Silva: «Não foi só o Dortmund que mostrou interesse»

Fábio Silva, avançado de 23 anos do Borussia Dortmund, deu uma entrevista ao Ruhr Nachrichten, jornal diário da cidade alemã, em que abordou, entre outros temas, a chegada ao clube da Vestefália e a recuperação da lesão que o atormenta

O internacional sub-21 português, contratado este verão ao Wolverhampton, ainda recupera de lesão nos adutores, a que foi operado no início de junho, algo que, segundo documentado pela comunicação social germânica, a equipa médica dos amarelos e negros não sabia.

«É verdade que fui operado na época passada, mas nunca houve intenção de esconder nada. Na altura da operação eu era jogador do Wolverhampton e, em conjunto com o clube e com as pessoas do meu círculo, decidimos não tornar públicos os detalhes da lesão ou da intervenção. Quando o contacto com o Dortmund se intensificou, a operação já tinha acontecido há mais de dois meses. Nas conversas com os responsáveis, o meu foco foi mostrar-lhes que queria mesmo vir para Dortmund, apesar de haver outras opções e rumores. Que eu não podia jogar de imediato era algo claro», começou por explicar o avançado.

«Os médicos e os responsáveis avaliaram bem a situação. A operação tinha sido no início de junho e eu já tinha começado a treinar de forma ligeira, estava, portanto, na fase final da recuperação. A equipa médica, o departamento físico e muitas outras pessoas do clube fizeram tudo para que eu voltasse a estar totalmente em forma e pudesse ajudar a equipa o mais rapidamente possível. Estas coisas acontecem no futebol. Não pensei muito nisso porque sabia que já estava na fase final da recuperação. Se a operação tivesse sido recente, aí sim seria diferente. Mas eu sentia-me bem, os meus valores estavam corretos e era claro que já não faltava muito para estar apto. Por isso, mantive sempre confiança. Trabalhei todos os dias para chegar a Dortmund. As negociações não foram fáceis para nenhuma das partes. Por isso, ainda mais feliz estou por tudo ter corrido bem e por agora estar aqui», adicionou.

O negócio com o Dortmund foi-se arrastando e Fábio Silva admite que houve outras propostas. «Não foi só o Borussia que mostrou interesse. Ouvi várias opções e os Wolves falaram com outros clubes. Mas depois de falar com os responsáveis em Dortmund e com o treinador, para mim ficou 100% claro que queria vir para cá. Disse então ao meu agente e ao diretor desportivo do Wolverhampton: não quero ouvir mais nada sobre outras propostas. A partir daí ficou tudo nas mãos dos clubes. As negociações não foram fáceis e arrastaram-se. Mas para mim era simples: enquanto o Dortmund me quisesse, eu queria o Dortmund», afirmou o ponta de lança, que negou ter dado a palavra a Borussia e Leipzig ao mesmo tempo: «Isso não é verdade. Houve contacto em maio, nunca houve qualquer compromisso.»

A escolha pelo Dortmund foi simples, por «muitos motivos». «É uma das melhores equipas do mundo e joga regularmente na UEFA Champions League. Depois da minha época em Espanha, é o passo certo para a minha carreira. Além disso, o meu pai adora a Bundesliga. Estava tudo perfeito», explicou o português, que não se mostrou preocupado com a concorrência de Guirassy, Beier ou Adeyemi: «Vou jogar onde o treinador me quiser e vir que sou útil. Quero é estar em campo para ajudar a equipa. Na minha carreira já joguei em muitas posições. Posso jogar como ponta de lança, mas também atrás do avançado. Para mim, o mais importante é estar dentro de campo. Mas se me perguntar onde me sinto mais confortável, então é provavelmente como nove e meio, ou seja, atrás do ponta de lança.»

«Agora o meu objetivo é primeiro voltar a estar completamente em forma e ajudar a equipa. Neste momento, isso é o mais importante para mim: não ter medo nos duelos e voltar a sentir-me realmente bem. O resto virá naturalmente», completou Fábio Silva, que ainda espera a recuperação para se estrear pelo clube alemão.