Declarações do treinador das águias em conferência de imprensa

Dono da baliza, explicação de mercado e reencontros: tudo o que disse Bruno Lage

Treinador do Benfica antecipou duelo «exigente» contra o Santa Clara, explicou contratações de Sudakov e de Lukebakio e antecipou regresso de Bernardo Silva à Luz

-Há cerca de um ano estreava-se nesta segunda passagem pelo Benfica frente ao Santa Clara (4-1). Que semelhanças encontra entre o Santa Clara da época passada e o desta época?

-É uma das curiosidades deste calendario, existirão muitas mais, é uma boa memória, não tivemos uma boa entrada e sofremos golo. Valeu pelo que a equipa fez e pelo apoio dos adeptos,. O Santa Clara é uma equipa muito organizada, no ano passado defrontámo-los três vezes, sabem o que têm e gostam de fazer com bola. Conhecemos a forma como defendem e gostam de pressionar. Vai ser um jogo muito exigente da nossa parte. Temos de jogar ao mais alto nível. Treinámos hoje pela primeira vez todos juntos após a paragem. Muitos colegas novos tiveram contacto com outros pela primeira vez, mas o mais importante é estarmos no nosso melhor e entrar no novo ciclo com o pé direito e conquistar os três pontos que são muito importantes para o nosso objetivo maior que é conquistar o campeonato.

-Como sentiu Sudakov após o bombardeamento que destruiu a casa onde vivia na Ucrânia. Está pronto para o Santa Clara?

-Tivemos oportunidade de falar com o jogador, é uma situação lamentável e triste, mas vejo-o a superar. O mais importante é a familia estar segura. Ele está feliz por estar connosco. Está ainda em modo recuperação, pelo facto de ter jogado as duas partidas pela seleção e pela viagem, mas teve o primeiro contacto breve com os colegas. Pode jogar em diversas posições: segundo médio, atrás do avançado, na seleção tem jogado pelas alas. Jogadores que nos oferecem mais do que uma posição de qualidade como a dele são muito bem-vindos.

-Pode confirmar o tempo de paragem de Dedic? Na ausência do bósnio quem vai ocupar a posição de lateral direito: Aursnes Tomás Araújo ou Leandro Santos?

-Vou apostar num deles em função da melhor estratégia para vencer o jogo. Sobre o Dedic, é uma lesão muito semelhante à que o Fred [Aursnes] teve no ano passado, por isso, independentemente do tempo de paragem, é também fundamental perceber qual vai ser a evolução no dia-a-dia.

-Como é que o Samuel Soares e o Trubin estão a encarar a rotatividade na baliza? Já escolheu o titular para amanhã?

-Estão a encarar com normalidade. O mais importante é eu saber o que é que estou a fazer. Nós não temos só dois bons guarda-redes, temos três [Diogo Ferreira].Quero que estejam sempre disponíveis para jogar independentemente do adversário. O Samuel jogou o último jogo[em Alverca]. Amanhã posso adiantar que vai começar o Trubin.

-Otamendi e Ríos estão em condições de cumprir os 90 minutos amanhã?

-Amanhã de manhã vamos avaliar os jogadores que chegaram ontem [quarta-feira], há muitos jogadores que cumprem apenas o terceiro dia de preparação.

-Lukebakio chegou com um problema físico. Já estará disponível contra o Santa Clara?

-Ainda não está em condições de ir a jogo.

-É o substituto ideal de Di María?

Desde o Mundial de Clubes que falámos sobre isso. o Campeonato do Mundo que nós falámos sobre isso [necessidade de um ala direito]. Tínhamos um alvo [Anis Hadj-Moussa] que não se concretizou por vários motivos. Nós ficámos sem o Di María e precisávamos de ala. É um jogador de enorme qualidade e que pode fazer mais do que uma posição e claro jogar na direita.

-Um dos candidatos à presidência [João Noronha Lopes falou na possibilidade de Bernardo Silva regressar ao Benfica. O que é que tem a dizer sobre isso?

Sem querer entrar no lado politico da questão, pelo que conheço do Bernardo, em breve será jogador do Benfica, independentemente do presidente.

Que dificuldades espera frente ao Santa Clara, face às dificuldades apresentadas encontradas pelo Benfica contra equipas em bloco baixo, como contra ao Alverca?

-Para analisar a nossa exibição em Alverca há dois momentos. O que estamos a jogar com onze, fazemos dois golos e temos praticamente o controlo do jogo. E depois há o outro momento em que ficámos reduzidos a 10. Há jogadores que ainda não se conhecem. Hoje chegou um jogador [Sudakov] que teve o primeiro contacto com os colegas. O Pavlidis e o Ivanovic já jogaram mais tempo juntos do que treinaram. Por isso, há aqui questões que têm a ver com o tempo. Estamos numa luta contra o tempo. O mais importante é fazer crescer a equipa e ajudar os jogadores a conhecerm-se de diversas maneiras. Muitas vezes, é só sentarem-se lado a lado ao pequeno almoço para conversar e perguntar como é que gostam de receber a bola e que tipo de movimentos é que querem que o colega faça. Hoje um dos nossos jogadores que não fala inglês estava a pedir a um colega para dizer algo em inglês a outro. São tudo coisas que o tempo e a dinâmica, principalmente, contra equipas de bloco baixo, temos de ter paciência e circular com bola. Há tanta coisa para fazer nesse momento, e isso só vai lá com o tempo. Mas estamos no bom caminho, estamos satisfeitos com aquilo que fizemos no primeiro mês.

-Que responsabilidade é que o investimento feito pelo Benfica neste mercado de verão [mais de 130 milhões de euros] acrescenta ao treinador?

Dá muita responsabilidade e sinto-me confortável. Fazendo aqui uma reflexão mais alargada sobre o mercado, tivemos em consideração jogadores em final de contrato, que terminaram empréstimo e o reforço da equipa. Este foi o único mercado [de verão, o segundo no comando técnico do Benfica] em que o presidente e a direção desportiva levaramem consideração as ideias do treinador. Conversámos muito e todo o nosso trabalho convergiu nesse sentido. Estou muito satisfeito com o trabalho que fizemos e sinto-me muito bem com essa responsabilidade.

-Já há alguma data concreta para o regresso de Manu Silva e Bah aos relvados?

-Temos que atirar para o final do ano. O Bah e o Manu são lesões de nove meses. Estão a ter uma evolução dentro daquilo que se esperava. Temos de ter muita paciência com a sua recuperação.

-Em comparação com FC Porto e Sporting, consegue avaliar quem é que se reforçou melhor e quem é que está mais forte para atacar o campeonato?

-Não consigo. Só irei analisar as equipas quando for jogar contra elas.. O mais importante, repito, foi o trabalho que nós fizemos. Perdemos muitos jogadores e tivemos que fazer um reforço face a ausências por lesão, saídas em final de contrato e algumas vendas que tiveram de acontecer. Fizemos um bom trabalho. Isso é o mais importante. Nós estamos preocupados com aquilo que é o nosso trabalho.