Jogadores do River Plate frustrados com mais uma derrota caseira
Jogadores do River Plate frustrados com mais uma derrota caseira - Foto: IMAGO

Crise das grandes no River Plate e até presença na Libertadores está em risco

Argentinos sofreram a quarta derrota consecutiva em casa, algo que não acontecia há quase 100 anos, e próximo jogo é com o Boca Juniors

O River Plate está a viver uma crise profunda. Numa altura crítica da temporada e com títulos em disputa, o histórico clube argentino foi surpreendido este domingo em casa pelo Gimnasia e perdeu por 0-1 (penálti de Torres, 55'), em jogo da 14.ª jornada do Torneio Clausura, em pleno Estádio Monumental.

Miguel Borja ainda teve a possibilidade de salvar um ponto aos 90+16' (!), mas falhou a conversão de uma grande penalidade. Esse falhanço resultou na quarta derrota consecutiva do River em casa, algo que não acontecia desde 1926, há quase um século! A crise no gigante de Buenos Aires é enorme, mas não comparável ainda ao ponto mais baixo da história do clube, quando, em 2011/12, o River foi despromovido ao segundo escalão.

Como seria de esperar, a frustração dentro do estádio foi evidente e foram muitos os adeptos que saíram do estádio antes de terminar a partida. Os que ficaram começaram a entoar cânticos de revolta a criticar os jogadores, mas houve sim um grande apoio para o treinador Marcello Gallardo, um dos melhores na história do clube que regressou no final do ano passado.

Tinha tudo para ser uma temporada positiva para o River Plate, mas a verdade é que a equipa desiludiu bastante nestes últimos dois meses: oito derrotas nos últimos dez jogos. Pelo meio, houve uma eliminação nos quartos de final da Libertadores com o finalista Palmeiras, de Abel Ferreira, e uma surpreendente eliminação nas meias-finais da Taça da Argentina, nos penáltis com o Ind. Rivadavia.

Já no campeonato, o clube desceu ao sexto lugar do Grupo B e até arrisca falhar um apuramento para a próxima fase da competição, os oitavos de final, a dois jogos do fim. O próximo é precisamente com o rival Boca Juniors (domingo), que também não tem tido a melhor temporada, embora seja líder do Grupo A, e que também ainda não assegurou uma presença na maior competição do futebol sul-americano. Seria algo inédito nenhum dos dois estar na fase final do torneio.

Enzo Pérez (39 anos), ex-Benfica, é o capitão de equipa do River Plate, Marcos Acuña (34 anos), ex-Sporting, e Juan Quintero (32 anos), ex-FC Porto, também fazem parte do plantel, que ainda conta com campeões do mundo pela Argentina como Franco Armani (39 anos), Germán Pezzella (34 anos) e Gonzalo Montiel (28 anos), além de Lucas Martínez Quarta (29 anos), presença habitual nas convocatórias de Lionel Scaloni.

Porém, a média de idades do plantel é bastante alta e muitos dos titulares já ultrapassaram os 30 anos, num clube que tem história de ter uma grande formação: Franco Mastantuono deixou o River Plate este verão e rumou ao Real Madrid, por exemplo, em mais um negócio milionário depois de Enzo Fernández (transferido para o Benfica e com o qual o River lucrou muito dinheiro com a mudança do médio para o Chelsea) e Julián Álvarez (vendido ao Man. City).

Também no Mundial de Clubes foi demonstrado que o futebol argentino ficou aquém das expectativas, com o River Plate e o Boca Juniors a serem eliminados na fase de grupos. O River ficou em terceiro lugar, à frente dos japoneses do Urawa Red Diamonds, mas atrás dos mexicanos do Monterrey e dos italianos do Inter. Já o Boca nem venceu aos neozelandeses do Auckland City, ficando atrás de Benfica e Bayern.