Thiago Silva é uma rica prenda para Farioli

Depois de um mercado de verão reconhecidamente meritório, o FC Porto antecipou-se ao período de transferências de inverno e anunciou já a contratação de Thiago Silva. Nome sonante, cujo palmarés fala por si, e que recentemente encerrou contrato com o Fluminense por desejar voltar à Europa.

Após a lesão grave de Nehuén Pérez, o perfil para este necessário reforço estava traçado, conforme A BOLA já tinha informado: Farioli queria um central com rodagem, que pudesse ser solução de imediato e até com aspirações a jogar no Mundial 2026. Em primeiro lugar na Liga, mas ainda com muita época pela frente, o treinador italiano com a melhor defesa do campeonato não facilita. Tem dois centrais polacos claramente titulares (Bednarek e Kiwior) e ainda um suplente muito promissor (o jovem croata Prpic) - já para não falar do polivalente Pablo Rosario -, mas entre olhar para a formação ou atacar o mercado, não terá tido dúvidas. Se o técnico ainda tem presente o final infeliz da temporada passada, terá agora mais uma arma para o evitar.

Para isso teve a enorme ajuda da SAD portista, que continua empenhada em elevar a qualidade do plantel. Desta vez, e outra vez!, pouco se soube até à oficialização - os rumores chegaram de Itália pela manhã e ao início da tarde já estava feito. André Villas-Boas tem recuperado a arte de guardar segredos, mesmo que os azuis e brancos tenham recorrido ao famoso especialista em transferências, Fabrizio Romano, para anunciar Thiago Silva. Nestas coisas, um bom marketing também ajuda...

Aos 41 anos, a vontade do brasileiro em estar mais perto da família (que vive em Inglaterra) terá contado muito, mas atenção a estes números: em 2025, Thiago Silva fez 46 jogos, muitos deles com 90 minutos de utilização. Mesmo com eventuais viagens entre Porto e Londres, confesso que já vi pré-reformas mais descansadas...

Quanto ao FC Porto, convém recordar que na época passada tinha como centrais Otávio, Zé Pedro, Marcano, Tiago Djaló e Nehuén Pérez. Houve muitas razões para o descalabro de 2024/25, mas impossível esquecer que o eixo central da defesa teve demasiados lances anedóticos.

A partir do início de janeiro, a equipa azul e branca terá Bednarek, Kiwior, Prpic e Thiago Silva, além do repetente e agora lesionado Nehuén Pérez. Os treinadores contam muito (e que belo trabalho tem feito Francesco Farioli...), mas a matéria-prima ainda é essencial. E, nesse aspeto, era difícil imaginar que tanto mudaria em apenas um ano...