Barcelona, Villarreal e La Liga acusados de evitar reunião sobre jogo em Miami
A Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) acusou a LaLiga, o Barcelona e o Villarreal de evitarem deliberadamente uma reunião agendada para esta terça-feira, destinada a discutir a realização de um jogo do campeonato espanhol em Miami. O encontro, referente à 17.ª jornada, está marcado para 20 de dezembro, nos Estados Unidos.
Segundo a AFE, a reunião tinha sido combinada com uma semana de antecedência, mas na véspera os clubes e a direção da liga informaram que não poderiam comparecer, alegando problemas de agenda. A alternativa proposta foi uma nova data após o início da pré-venda e da venda geral de bilhetes, marcadas para 21 e 22 de outubro, coincidindo com uma semana de competições europeias, o que impossibilitaria a presença dos jogadores.
O sindicato considera esta decisão um sinal claro de falta de vontade de diálogo. A AFE lamenta ainda não ter recebido qualquer informação oficial da UEFA, da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) ou da própria La Liga, apesar dos pedidos repetidos nas últimas semanas.
Num comunicado extenso, a associação recorda que nunca chegou a celebrar qualquer acordo com a La Liga sobre a realização de jogos oficiais fora de Espanha, rejeitando também o projeto apresentado em 2018 com o mesmo objetivo. A AFE argumenta que deslocar uma partida da Primeira Divisão para os EUA violaria o Contrato Coletivo de Trabalho, que limita o tempo de concentração e deslocação dos jogadores.
A organização afirma estar em contacto com vários eurodeputados que expressaram preocupação com a intenção de algumas ligas nacionais, como a espanhola e a italiana, de realizarem jogos oficiais fora da Europa. O Parlamento Europeu aprovou recentemente um relatório que defende o Modelo Desportivo Europeu e apela aos organismos desportivos para impedirem partidas de competições internas no estrangeiro.
A AFE pede, por isso, coerência e transparência à La Liga e lembra declarações anteriores do seu presidente, Javier Tebas, que, no Congresso dos Deputados, defendeu a necessidade de clareza em todas as decisões que possam alterar o modelo do futebol profissional.
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