Rui Borges ficou a pensar que deveria ter feito mais alterações no onze do Sporting

As substituições, o cansaço... e Mourinho: tudo o que disse Rui Borges

Treinador do Sporting admitiu que a equipa teve alguma ineficácia, na primeira parte, e passividade, na segunda, mas mostrou-se satisfeito com a energia trazida por quem saltou do banco e pela competência mostrada pelos leões

Que ilações tira deste jogo? 
 
As ilações são que fomos competentes acima de tudo. Notou-se alguma passividade, que não estávamos tão frescos, mas faz parte, temos que conseguir lidar com isso. Na primeira parte fomos criando algumas oportunidades de golo, não fomos fazendo e isso foi criando alguma ansiedade. Deixámos partir o jogo para contra-ataques do adversário, o que torna o jogo perigoso. Tínhamos que ter mais calma e instalar o jogo no meio campo ofensivo. Se marcássemos o penálti, o jogo desbloqueava forma diferente. Com a qualidade do Trincão fizemos o primeiro golo e acabar a primeira parte.  

Na segunda parte, entrámos mal, muito passivos, nos primeiros 10 minutos. Depois demos um clique e acordámos. Ficámos mais intensos, mais competitivos, tomámos decisões mais claras e chegámos aos golos com naturalidade. A malta que entrou também entrou com energia boa, energia positiva. Depois nos últimos 10 minutos entrámos outra vez nessa passividade um bocadinho e acabámos por sofrer o golo. Mas acima de tudo fomos competentes e conseguimos o mais importante que era ganhar.   
 
Que tem a dizer das exibições de Quenda e Trincão? 
 
Qualidade individual, tanto de um como do outro, são acima da média. Importa-me perceber mais aquilo que dão ao coletivo. E dentro do coletivo eles dão muito. Nada surpreendido, feliz pelo Trincão, mas tem que dar mais ainda. Não é só os golos. Em relação ao Quenda, fez o que sempre faz. No início da época não jogou tanto por decisão do treinador. Vínhamos de uma fase muito boa, a equipa estava numa boa dinâmica e opção inicial caiu mais sobre o Geny, mas sempre foi a maior de cabeça, escolher entre o Geny e o Quenda. 

Os jogadores pensaram em gerir o esforço? 
 
Não acho que foi dos jogadores, porque o grupo tem dado sempre uma resposta fantástica, mesmo quando estão mais cansados. Acho que foi mesmo individual, que acaba por sentir. É natural, com os jogos seguidos, sentirem o corpo pesado mais pesado. São coisas que nós não controlamos. O cansaço vem dos muitos minutos. Hoje, as palavras que usei foram esforço e dedicação, que até estão no lema do Sporting. Porque achava que era o mais importante, porque a qualidade individual, eu sei que existe. Agora, o coletivo é que não podia entrar nesta passividade, tivemos um bom exemplo disso há dois dias [jogo do Benfica com o Qarabag].

Equipa ficou receosa que acontecesse o que aconteceu na Luz? Mourinho dificulta o tricampeonato? 
 
Nós nem sequer pensámos no outro jogo. Podia era criar ansiedade por aquilo que estava a ser o jogo, porque não conseguíamos marcar. Nada mais que isso. Mourinho? Feliz por poder afrontar um grande treinador. É desafiante desse sentido, mas em relação aos objetivos, nada muda. 

Está definido que é o Hjulmand a marcar penáltis? Vai usar mais vezes a dupla Inácio-Quaresma? 
 
Já marcou vários, falhou hoje, acontece aos melhores. No próximo jogo será o Hjulmand na mesma.  O Morten é o primeiro na hierarquia. Tem batido e tem batido muito bem Vamos ver mais vezes, porque deram uma grande resposta. Só posso meter dois, tenho quatro. Por isso, vamos ver mais vezes mais duplas diferentes. Não só esta.  

Está satisfeito em relação à profundidade do plantel? 
 
Eu sempre disse que estava feliz com o meu plantel e não posso dar mais mostras de que confio em todos os outros. Eles diariamente têm dado uma resposta fantástica. É um grande grupo de amigos, amigos no sentimento, de se agarrarem uns aos outros, e reconhecem todos muita qualidade uns nos outros. Respeitam-se muito. 

Qual foi o plano para combater as dificuldades? 
 
O plano foi tentar refrescar de alguma forma, porque sentimos que a energia não estava como nós queríamos. A energia não estava lá, em alguns jogadores. Falhámos mais tomadas de decisão e nós não falhamos tanto. O refrescar foi bom, porque malta entrou com uma energia boa, com intensidade e melhorámos muito. Fiquei feliz com os que entraram.