Vasco Matos: «Doa a quem doer, tenho de tomar decisões»
Vasco Matos, treinador do Santa Clara, não foi meigo nas palavras após a derrota por 0-5 no reduto do SC Braga, falando em falta de atitude, numa partida em que procurou dar minutos aos jogadores menos utilizados. O técnico foi implacável e confessou que vai ter de tomar algumas decisões drásticas, independentemente de quem as sofra.
Que análise faz a esta goleada e que peso pode ter o campeonato?
- No campeonato de certeza que não vai ter influência, mas fizemos uma primeira parte horrível, entrámos muito mal, com uma atitude que não dignifica o esforço da nossa administração e dos nossos adeptos. Muita displicência, não ganhámos duelos e ficámos a perder 0-2. Na segunda parte fomos à procura de voltar ao jogo, tivemos duas ou três aproximações, sem nada a perder também, mas não fomos capazes. Quisemos dar alguns minutos aos jogadores menos utilizados para mostrarem aquilo que valem e ficou bem visível. Uma atitude muito má, displicente e com pouca entrega. Com o decorrer dos minutos o desgaste abateu-se, frente a uma excelente equipa, recheada de bons jogadores.
Empatou aqui em maio, no final da temporada passada, o que mudou desde então para sair daqui com este resultado?
- Ficou vísível a atitude contra uma excelente equipa. Uma questão que nos faz pensar, pois vimos de dois anos muito bons, com uma capacidade muito grande, mas agora estamos a demonstrar que se não estivermos no limite, somos uma equipa normalíssima. No campeonato estamos estáveis e vínhamos de uma boa exibição. Também estamos a sofrer de dores de crescimento, relativas aos dois bons anos. Estamos a ser vítimas do nosso sucesso. Temos de tomar uma atitude e eu como treinador vou fazê-lo, sem dúvida nenhuma, doa a quem doer, tenho de tomar decisões. Ficou fácil de ver e tem de ser, pois temos de fazer o caminho que a administração quer e não um caminho que alguém individualmente queira.
Já falou com os jogadores sobre esta exibição?
- Não preciso de falar, acho que os jogadores são inteligentes, fomos alimentando o conhecimento nestes últimos e por vezes o silêncio é muito mais importante do que muitas palavras. Tomarei as decisões que tiver de tomar. Custe o que custar.