Francesco Farioli, treinador do FC Porto - Foto: Catarina Morais/KAPTA+

Trabalho «notável» do Benfica e «regras claras» no lance de Gul: tudo o que disse Farioli

As palavras do treinador do FC Porto após o empate (0-0) com o Benfica, no Dragão

Francesco Farioli elogiou a postura do Benfica no clássico deste domingo, que terminou empatado, mas considera que devia ter sido assinalada grande penalidade num lance entre Deniz Gul e António Silva, na reta final da partida.

De que forma analisa o jogo e qual o seu sentimento?

—Estou muito feliz. Foi uma grande batalha tática, duas equipas com atenção aos detalhes. Foi um jogo onde mostrámos muita maturidade, queríamos ganhar e tentámos tudo o que era possível. Quando encontras uma equipa que joga de forma inteligente, uma situação pode custar todo o jogo.

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O lance de Deniz Gul com António Silva era penálti?

—As regras são claras… Se a camisola é puxada, é penálti.

Como explica a aposta em Pablo Rosario na primeira leva de alterações?

—Foi um jogo grande, com muitos momentos de campo aberto. O Richard Ríos é um jogador muito físico e exige certas caraterísticas. Foi a forma como li o jogo, lancei o Pablo, porque também tínhamos o Alberto que podia cair, visto que era a primeira vez que fazia 90 minutos em algum tempo.

Mourinho disse que ambas as equipas foram pragmáticas. Concorda?

—Ambas as equipas jogaram com muita maturidade. Pragmatismo não é uma palavra má. É preciso ser coerente e ter consciência sobre o tipo de jogo. Já vi muitos treinadores perderem contra Mourinho dessa forma. Jogámos o nosso jogo, tentámos tudo. As três maiores oportunidades foram para o nosso lado. Jogar contra o Benfica e só sofrer um remate à baliza diz muito. Mais uma folha limpa. Se um ponto era o que queríamos? Não, queríamos os três pontos, mas temos de aceitar.

Bednarek disse que o Benfica veio ao Dragão para sobreviver...

—O Benfica veio aqui com o desejo de jogar um certo tipo de jogo. Respeito muito a forma como jogaram. Não fui eu que descobri isto, mas a forma como o treinador é capaz de convencer os jogadores a ter este espírito, a manterem-se tão compactos... é notável. Parabéns ao Benfica pelo trabalho espetacular que fizeram sem a bola. Honestamente, esperava um tipo de pressão diferente, mas não um tipo de jogo diferente. Foi um jogo claro, mostrámos maturidade em muitos momentos. Estou feliz com o resultado e com o desempenho da equipa.

Como se sentiu depois do seu primeiro clássico no Dragão?

—A atmosfera foi incrível, não fui ao relvado para o aquecimento, mas mesmo de dentro senti que desde as 20h30 o estádio estava em brasa. Os adeptos foram fantásticos. Foram incríveis. Não conseguimos dar-lhes os três pontos, mas, se fizermos uma reflexão fria, olhando para onde estávamos e para onde estamos agora, temos de estar felizes.

Sente que tem a equipa mais capaz da Liga?

—Jogámos contra Sporting e Benfica, mas temos de jogar tantos outros jogos… A realidade é que temos de competir sempre no nosso melhor. Não olhamos demasiado para a frente. Vamos dar alguns dias para os jogadores que vão às seleções se refrescarem. Eles merecem. Depois, na próxima semana, vamos trabalhar duro para preparar os jogos que aí vêm. Vamos ter cinco jogos fora em seis, vai ser um mês interessante.

O Sporting perdeu pontos antes do clássico...

—Não sabia, só soube os resultados agora. Sem cálculos, é a forma que queremos jogar. Foi justo o que fizemos, fiquei feliz com o que os jogadores fizeram.

Se Rodrigo Mora tivesse entrado mais cedo, teria sido possível outro resultado?

—É uma pergunta chai de 'ses'… Difícil de responder.

Jogadores como Samu e Gabri Veiga podiam ter ajudado mais a equipa na primeira parte?

—O jogo foi muito bem jogado pelas duas partes. Já dei os parabéns ao Benfica pela forma como jogaram, pela forma como Pavlidis e Sudakov se esforçaram para cobrir as linhas de passe. É um trabalho notável, assim como os jogadores se aplicaram. As maiores oportunidades estiveram do nosso lado, não tanto como estamos habituados, mas caíram.

Como foi estar numa batalha tática com um treinador que tem como referência?

—É um privilégio. Não vou dizer mais nada, acho que já falei bastante sobre o respeito que tenho por Mourinho. Ambos desfrutámos do jogo e da forma como o jogámos.

Em termos táticos, quem foi mais exigente? Benfica ou Sporting?

—Foram diferntes. Se aprofundar, ficamos aqui até à próxima pausa de seleções. Jogadores diferentes e equipas diferentes.

Continua a acompanhar o Ajax? Recebe mensagens dos adeptos? Eles sentem a sua falta...

—Vejo jogos, claro. Não recebi mensagens dos adeptos... Sobre voltar, acho que não é o momento nem o lugar para discutir isso. Deixei claro que, se voltar, seria um prazer. É o meu único clube nos Países Baixos. Era claro antes e é agora.