Selecionador da Irlanda e o encontro com Portugal: «Reconhecemos-lhes algumas fraquezas...»
Heimir Hallgrimsson, selecionador da República da Irlanda, afirmou que espera ver o melhor da sua equipa no confronto de amanhã à noite contra Portugal, no Aviva Stadium, e está convicto de que os jogadores estão prontos para se superiorizarem nesta fase decisiva do apuramento.
O técnico irlandês está a tentar ignorar o «ruído» do que possa acontecer no outro jogo do grupo (Arménia-Hungria, que termina pouco mais de meia hora antes do pontapé de saída do jogo de Dublin e será determinante para as contas irlandesas para chegar ao segundo lugar e ao play-off), focando-se na abordagem da sua equipa, mas considera que a Irlanda precisará de um resultado positivo em Lansdowne Road para se manter na luta pelo apuramento para o Mundial, antes da viagem de domingo a Budapeste.
Caso a Hungria vença a Arménia e aumente a pressão, a Irlanda pode precisar de bater Portugal para manter uma hipótese real de garantir o segundo lugar. «Provavelmente é o jogo com mais importância, mas como dissemos antes, não sabemos o quão alto é o risco até depois do jogo da Arménia contra a Hungria», disse Hallgrimsson na conferência de imprensa de antevisão em Dublin. «Depois podemos responder novamente a essa pergunta. Pode ser irrelevante, mas precisamos de pelo menos um ponto neste jogo. Claro que é um Mundial que está em jogo, se for esse o caso, por isso, sim, é definitivamente o maior jogo desde que assumi o cargo».
Hallgrimsson sublinhou que a sua abordagem não vai mudar, independentemente do resultado do outro jogo. «Temos de jogar num certo estilo contra Portugal, quer precisemos de uma vitória ou de um empate, temos de jogar num certo estilo», acrescentou, quando questionado sobre as permutações táticas. «Não podemos ir com tudo contra uma equipa como Portugal, não vai ser um jogo de basquetebol. Depois, se precisarmos de marcar um golo mais tarde no jogo, iremos assumir riscos calculados».
O técnico está bastante certo de que este cenário de «final da taça» vai fazer sobressair o melhor dos seus jogadores. «Apenas pela forma como os jogadores se comportam, conhecendo-os. Todos os verdadeiros profissionais gostam de jogar um jogo como este, há muito em jogo», disse.
O «fator Ronaldo» e as vulnerabilidades de Portugal
A Irlanda conseguiu frustrar Portugal e limitar as suas oportunidades em Lisboa no mês passado, antes de ser «cruelmente» derrotada nos descontos por um cabeceamento de Rúben Neves.
Hallgrimsson espera mais do mesmo dos visitantes, mas admite que a sua equipa não conseguirá anular todas as opções de ataque. No entanto, o treinador sente que os seus jogadores podem ser melhores na posse de bola e espera que a vantagem de jogar em casa ajude a criar uma atmosfera «diferente e difícil» dentro do estádio.
«Provavelmente vão alterar algumas coisas, dado que não criaram muitas oportunidades de golo contra nós», disse Hallgrimsson. «Tiveram alguns remates de fora e alguns cruzamentos. Mas penso que controlámos a forma como nos atacaram. Não podemos defender todas as ameaças deles, é impossível. Por isso, precisamos de ceder algumas áreas e sabemos o que esperar. Esperamos fazer coisas semelhantes amanhã».
Questionado sobre a influência de Cristiano Ronaldo, Hallgrimsson destacou a importância que o avançado traz para além das suas qualidades individuais: «As estatísticas dele falam por si. Continua a marcar muitos golos, a quebrar recordes. Uma das razões pelas quais são uma equipa de ataque tão única é o desejo dele de marcar golos. Vão fazer cruzamentos, vão tentar encontrá-lo a toda a hora. A maioria das equipas, quando está a ganhar, acalma o jogo, mas Portugal gosta de marcar mais golos, e ele é uma das razões pelas quais são uma equipa de ataque única».
Hallgrimsson reconhece certas situações onde Portugal se mostrou vulnerável, e é nesses momentos que a sua equipa pode criar oportunidades.«Neste caso, a diferença é o adversário», disse Hallgrimsson. «De longe, a maior força de Portugal é a transição. Quando ganham a bola, têm muita velocidade, muita qualidade individual, e vão castigar as equipas se lhes dermos essas possibilidades. Portanto, temos de ter a certeza de que não perdemos a posse em áreas perigosas».
Contudo, ressalvou: «Achamos que reconhecemos algumas fraquezas na equipa deles e temos de ser espertos para as usarmos. Não vou dizer aqui, porque senão o Roberto [Martínez] dirá: ‘Oh, não, temos de mudar’», acrescentou com um sorriso. «Tenham a certeza de que é uma equipa forte, mas também há algumas fraquezas na equipa portuguesa. E o nosso trabalho é tentar explorá-las».