Schmidt lembra Benfica: «Tínhamos uma equipa que poderia ganhar a Europa League»
Roger Schmidt, ex-treinador do Benfica e atual consultor da liga japonesa, recordou a passagem pela Luz e abordou a conquista do título de campeão nacional logo na primeira época nos encarnados.
«Foi uma luta difícil com o FC Porto, precisávamos de muitos pontos, mas no final conseguimos e os festejos, no Marquês de Pombal, foram incríveis, um dos melhores momentos da minha vida no futebol», referiu, em entrevista ao youtuber Scipion, destacando João Neves e Gonçalo Ramos.
«Às vezes, quando há muita pressão, é bom contar com jovens jogadores, que só querem jogar futebol. Quando estão prontos para jogar, amam o clube e os adeptos, as famílias são todas do Benfica, jogam com entusiasmo, sem nenhuma pressão e é bom dar-lhes a oportunidade de mostrar que estão prontos. Fizemo-lo com o João Neves e desde o início vimos um jogador muito confiante, com qualidade, sem dúvidas sobre o que fazer em campo. Foi muito importante para sermos campeões», comentou.
«Essa é a filosofia do clube. A certa altura vamos perder este tipo de jogadores. Destacam-se e depois ficamos com eles talvez mais um ano, no máximo mais dois anos. Depois, provavelmente, serão vendidos pelo clube, porque precisam deste tipo de transferências. Mas, apesar disso, estes dois jovens jogadores [João Neves e Gonçalo Ramos] impressionaram-me muito. Não só pela qualidade, mas pelo amor que têm pelo clube. Isto é muito especial no Benfica. Já estive em muitos clubes e no estrangeiro, mas o que se sente no Benfica é que os jovens jogadores que estão a crescer nas camadas jovens têm como objetivo jogar no Benfica. Gostam muito do clube e é isso que se vê em campo. São os dois exemplos muito bons», atirou.
Gonçalo Ramos e João Neves deixaram a Luz – primeiro o avançado e o médio uma época depois – para rumarem ao PSG.
«O Gonçalo Ramos deu tudo pelo Benfica antes de sair para Paris e o mesmo aconteceu com João Neves. Tentei mantê-lo mais um ano, mas era impossível. Ele deu esse passo e está a mostrar agora, semana após semana, que está pronto para jogar no estrangeiro, num clube internacional de topo», disse.
O treinador alemão lembrou ainda a eliminação da UEFA Europa League, na sua segunda temporada no Benfica, aos pés do Marselha, no desempate da marca das grandes penalidades.
«Quando perdes em penáltis, é sempre difícil. Acho que tínhamos uma equipa que poderia ganhar a competição. Mas tivemos de aceitar. Nunca tens a garantia de que vais ganhar os jogos e, nesse nível, todos os detalhes são decisivos. O adversário teve um pouco mais de sorte, mas, de qualquer forma, jogámos bom futebol, tentámos de tudo. Depois, quando perdes, tens de aceitar», completou.