Schmeichel arrasa gestão do Manchester United: contratação «estranha» e duas saídas incompreensíveis
Peter Schmeichel, lenda do Manchester United e do Sporting, onde jogou entre 1999 e 2001, analisou as recentes decisões dos diabos vermelhos no mercado de transferências, que considera terem sido fracas.
A equipa treinada por Ruben Amorim ocupa atualmente o 10.º lugar na Premier League, tendo vencido apenas seis jogos no campeonato desde o início do ano civil.
No verão, o United fez uma pequena revolução no plantel, contratando três avançados (Matheus Cunha, Sesko e Mbeumo) e um guarda-redes Lammens e deixando partir nomes de peso como Marcus Rashford, Antony, Jadon Sancho, André Onana ou Rasmus Hojlund.
E é precisamente o ponta de lança dinamarquês, compatriota de Schmeichel, que o antigo guarda-redes mais lamenta ter visto sair de Old Trafford.
«Basta ver o que ele está a fazer no Nápoles, a jogar com o Kevin De Bruyne e o Scott McTominay. Está a marcar golos», afirmou Schmeichel no podcast da BBC, Sacked in the Morning. «Tenho dito isto de forma consistente há dois anos e meio: o Rasmus Hojlund será um avançado de 25 golos por época no Manchester United, mas precisa de ser servido. Deixámo-lo sair com base nas estatísticas de que marcou poucos golos na época passada e, ao mesmo tempo, contratámos o Sesko, o Matheus Cunha e o Bryan Mbeumo, que dariam ao Hojlund um serviço de primeira classe.»
O avançado dinamarquês já marcou dois golos em quatro jogos na Serie A pela equipa de Antonio Conte, além de ter faturado por duas vezes em dois jogos na UEFA Champions League.
Schmeichel também sublinhou que a decisão de contratar Sesko — quando Hojlund ainda estava no clube — foi «um pouco estranha», precisamente porque se não haveria quem servisse Hojlund em condições, o mesmo iria acontecer com Sesko.
«Gastas mais de 80 milhões de euros no Sesko quando não temos o número 6 que devíamos ter, e ainda há a questão da baliza», acrescentou Schmeichel — Lammens chegou mesmo no fim do mercado. «Porque é que contratámos alguém de quem não precisávamos? Porque o chefe de recrutamento [Christopher Vivell] veio do Leipzig e tem de deixar a sua marca.»
O antigo guarda-redes acrescentou que, na sua opinião, com Vivell, Ruben Amorim, o antigo diretor desportivo Dan Ashworth e Jason Wilcox, havia «diferentes pessoas com diferentes agendas» a tomar decisões, o que poderá ter sido um fator de desestabilização.
Durante a pausa para as seleções, Hojlund, cujo empréstimo inclui uma cláusula de compra obrigatória no próximo verão, provou que a sua boa forma no clube se estende à seleção, ao bisar contra a Bielorrússia.
No entanto, é o seu novo colega de equipa no Nápoles, McTominay, que, aos olhos de Schmeichel representa um dos maiores erros de mercado do Manchester United nos últimos anos.
O internacional escocês estava no clube desde as camadas jovens, mas rumou a Nápoles no início da época 2024/25, após não conseguir conquistar a confiança de Erik ten Hag.
Na sua campanha de estreia em Itália, McTominay marcou 13 golos e fez seis assistências, ajudando o Nápoles a conquistar o título e sendo eleito o MVP do campeonato.
Para Schmeichel, o facto de o clube o ter deixado sair foi uma enorme desilusão, especialmente por ser um jogador «com o ADN do Manchester United».
«O problema foi a sua versatilidade, porque há jogadores que só conseguem jogar numa posição», continuou Schmeichel. «Por causa disso, os treinadores não confiavam nele para construir a equipa à sua volta. Foi vítima disso vezes sem conta.»