Quem é Carlos Forbs: cativou Guardiola com 29 golos em 33 jogos e agora está na Seleção A
Numa lista com poucas novidades, Roberto Martínez guardou a grande surpresa para a reta final do anúncio dos eleitos para os jogos com República da Irlanda e Arménia: Carlos Forbs. Em estreia no lote de convocados da Seleção A de Portugal, o extremo, de 21 anos, surfou a onda de uma grande exibição na última quarta-feira. Frente ao Barcelona, na 4.ª jornada da fase de liga da UEFA Champions League, bisou e ainda assistiu no surpreendente empate do Club Brugge, que representa, com o Barcelona (3-3). Mas quem é este jogador, que, a partir de agora, vai lutar por uma vaga no Mundial do próximo ano?
Comecemos pelo... princípio. Nascido a 19 de março de 2004, em Sintra, o pequeno Carlos deu os primeiros passos no futebol nas escolas do Sporting, já depois de ter experimentado o futsal no Núcleo Sintra. Contudo, a experiência de leão ao peito durou pouco. Em 2014, o jovem extremo, na altura mais conhecido por Carlos Borges — e já vamos à 'mudança' de apelido —, mudou-se para Inglaterra, para onde a mãe já tinha emigrado. Pouco tempo depois, entrou na formação do Manchester City, fruto de uma captação bem sucedida do clube em Leeds.
Os primeiros tempos não foram fáceis. Forbs não queria deixar Portugal, onde tinha nascido e criado laços de amizade, mas o desafio proporcionado pelo City rapidamente se tornou cativante. Nos primeiros anos no clube de Manchester, o extremo fazia a viagem de Leeds todos os dias. Cerca de 70 quilómetros de distância... a dobrar, pois ia e vinha.
Passando pelos diversos escalões de formação dos citizens, Carlos Borges começou a dar nas vistas pela estreita relação que criou com as balizas adversárias e a velocidade aplicada em cada arrancada. A 'explosão' deu-se na época 2022/23, com 18/19 anos. Entre os sub-19 e a equipa de reservas do City, que disputava a Premier League 2, o luso marcou nada menos do que 29 golos (e fez 16 assistências) em 33 partidas. Um registo impressionante, que não tardou a captar a atenção de Pep Guardiola.
Carlos fez alguns treinos com a equipa principal, mas não chegou a cumprir o sonho de se estrear de forma oficial. No verão de 2023, percebendo que teria pouco espaço nas contas de Guardiola, deu um novo rumo à carreira e optou pelo Ajax, dos Países Baixos. A experiência no colosso de Amesterdão teve os seus altos e baixos, mas a sensação predominante foi de que Forbs não foi capaz de certificar todo o potencial que tinha (e tem).
Sim, Forbs, que aí o jogador já tinha pedido para ser conhecido pelo apelido da mãe, embora o Borges não lhe cause qualquer comichão. «Pode ser qualquer um. Não me importo, mas acho que todas as pessoas me chamam Forbs. Portanto, acho que prefiro o Carlos Forbs. Porquê? Por causa da mamã», afirmou, em entrevista concedida a A BOLA já este ano.
Com alguma naturalidade, Carlos foi emprestado pelo Ajax ao Wolverhampton em janeiro deste ano, mas o regresso a terras de Sua Majestade também não correu particularmente bem. O ponto de viragem deu-se no último verão, quando aceitou o convite dos belgas do Club Brugge. São já 10 participações diretas em golo — cinco marcados e cinco oferecidos — nas 19 partidas que disputou, com especial destaque para o recente brilharete com o Barça.
Agora, terá a oportunidade de partilhar o balneário com a 'nata' do futebol português, já depois de um longo percurso nas camadas jovens da Seleção Nacional. Presença regular nos sub-21, tem um total de 40 jogos de Quinas ao peito e sagrou-se vice-campeão da Europa de sub-19 há dois anos. Segue-se a estreia no patamar mais elevado. Uma espécie de 'recompensa' pelos anos de luta em Inglaterra, com muitos quilómetros diários... e um potencial tremendo.