Oliveira com boa rama para colheita produtiva (crónica)

Ponta de lança 'subiu à arvore', Ndoye 'foi ao lagar'. Tricolores tentaram reagir, mas seguem em jejum...

FC Porto (0-3) e Moreirense (0-2). Tinham sido estes os adversários e os resultados do Vitória nos dois primeiros jogos que os conquistadores realizaram fora de casa na presente edição do campeonato. Dos registos extrai-se uma ilação muito simples: os vimaranenses ainda não tinham pontuado nem marcado qualquer golo longe de Guimarães.

Mas como não há mal que nunca acabe - assim como não há bem que sempre dure... -, os comandados de Luís Pinto trataram de dar a volta ao texto e deixaram para trás os registos negativos nos embates realizados na condição de visitantes. Este domingo, na Reboleira, marcaram e ganharam. Além disso, e não menos importante, realizaram uma exibição interessante. Longe de ser deslumbrante, mas com lances de qualidade ofensiva e organização coletiva em quase todos os momentos do desafio.

Para esta colheita, os vitorianos contaram com uma subida de Nélson (à) Oliveira e com uma ida de Alioune Ndoye ao lagar. O experiente ponta de lança (que na ausência de Samu envergou a braçadeira de capitão) cedo começou a ameaçar - isto depois de duas tentativas frustradas dos tricolores, com os remates de Abraham Marcus e Sidny Cabral a saírem para... as nuvens - e deu dois avisos a Renan Ribeiro (17' e 24'). À terceira, o internacional português não perdoou: cruzamento de Rodrigo Abascal (de pé direito!) e cabeceamento certeiro do camisola 7.

Pelo meio, refira-se, Kikas tinha atirado uma bomba ao poste (29').

O tento deu mais confiança aos vitorianos e a colheita poderia ter aumentado até ao intervalo. Miguel Nogueira quis pintar uma autêntica obra de arte (37'), com um remate em arco, de pé esquerdo, mas Renan Ribeiro voou da Amadora até... Guimarães para realizar a defesa da tarde. Gustavo Silva também quis ser feliz, mas não foi eficaz (42' e 44').

A reação dos amadorenses foi (muito) ténue e os vimaranenses foram adultos na forma como geriram o jogo, com e sem bola. Porque mesmo em ações defensivas, o processo estava bem oleado.

Apenas Ianis Stoica - antes de ver um cartão vermelho que foi, depois, (bem) retirado pelo árbitro, após intervenção do VAR - fez brilhar o estreante Juan Castillo (60') e o Vitória acabou com todas as dúvidas em cima do minuto 90: Alioune Ndoye foi ao lagar a também contribuiu para a produção de azeitona à moda do Minho. O Estrela continua sem ganhar...

O melhor em campo: Nélson Oliveira (Vitória de Guimarães)

A experiência já é, por si só, um posto. Mas se a isso ainda lhe juntarmos a veia goleadora, então um ponta de lança está sempre mais perto de fazer o gosto ao pé. Neste caso... à cabeça. Porque foi numa excelente antecipação aérea que o internacional português abriu o ativo e deu início a um triunfo extremamente importante para os conquistadores. Mas o camisola 7 trabalhou sempre muito...

A figura: Kikas (Estrela da Amadora)

À imagem de Nélson Oliveira, do outro lado, também lhe coube, ontem, envergar a braçadeira de capitão. E o avançado não só não renunciou a esse peso, como tentou sempre estar ativo no último terço ofensivo, como que apelando às forças dos seus colegas de equipa. Não teve muitas oportunidades, é certo, mas na mais flagrante pode lamentar-se do azar: o poste impediu os festejos (29').

As notas dos jogadores do Estrela da Amadora:

Renan Ribeiro (6), Luan Patrick (5), Bernardo Schappo (5), Atanas Chernev (5), Jefferson Encada (5), Paulo Moreira (5), Robinho (5), Sidny Cabral (5), Abraham Marcus (5), Rodrigo Pinho (4), Kikas (6), Ianis Stoica (5), Jorge Meireles (5), João Gastão (-), Alan Godoy (-) e Leandro Antonetti (-).

As notas dos jogadores do Vitória de Guimarães:

Juan Castillo (6), Miguel Maga (6), Óscar Rivas (6), Rodrigo Abascal (6), João Mendes (6), Beni (6), Gonçalo Nogueira (5), Telmo Arcanjo (6), Miguel Nogueira (6), Gustavo Silva (6), Nélson Oliveira (7), Matija Mitrovic (5), Noah Saviolo (5), Nuno Santos (5) e Alioune Ndoye (6).

Reação dos treinadores:

Luís Silva (adjunto do Estrela da Amadora):

Foi uma derrota que, na minha opinião, é incontestável. Tivemos duas partes bem distintas no jogo. Na primeira não conseguimos encaixar no Vitória e fomos perdendo confiança. Na segunda entrámos bem, tivemos mais posse e uma boa reação, mas o jogo acabou depois do segundo golo.

Luís Pinto (Vitória de Guimarães):

É a primeira vez que não sofremos golos esta época e isso é um passo importante para quem quer ganhar jogos. Acima de tudo, registo o empenho e a dedicação que a equipa teve em todos os momentos do jogo, bem como a camaradagem. Mostrámos o nosso crescimento e é importante continuarmos nesse sentido.»

Notícia atualizada às 18h27

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