O melhor lateral do Sporting não queria ser defesa

Foi a grande figura para A BOLA e para... Rui Borges na magra vitória dos leões no Estoril. De resto, na opinião do técnico, um dos que escapou a uma certa «apatia» que contagiou a equipa na segunda parte da partida da Amoreira.

«Para mim foi o melhor jogador do Sporting. É competitivo, tem uma energia muito própria e contagiante, não só para fora, mas também para os colegas. Fez um grande jogo e é um grande jogador. Felizmente, temos mais para a posição, como o Mangas e o Matheus Reis, mas o Maxi habituou-nos a um patamar muito alto», destacou Rui Borges, que, sabe A BOLA, foi o principal responsável na transformação tática do uruguaio como lateral-esquerdo na renovada linha de quatro na defesa.

Ele que, recorde-se, foi contratado em 2024/2025 para ser ala esquerdo no 3x4x3 bem consolidado por Ruben Amorim. Porém, ao mesmo tempo que assinava boas exibições nessa posição em Alvalade, era igualmente peça indiscutível de Marcelo Bielsa na seleção uruguaia como... extremo-esquerdo mais clássico — por vezes até como segundo avançado — no 4x3x3 do conceituado treinador argentino. Exponenciando a sua maior liberdade ofensiva, potenciando de igual forma o seu descaramento no 1x1, na forte personalidade, saltando à vista a enorme capacidade física, entrega e intensidade nos duelos. Pois bem, tudo mudou esta temporada, com a nova e renovada ideia de Rui Borges.

O treinador alterou o paradigma em Alvalade, implementando uma linha de quatro no setor defensivo, com o uruguaio a transformar-se num lateral-esquerdo de maior equilíbrio defensivo, sem perder nunca a audácia e verticalidade no apoio ofensivo. Uma missão que causa maior desgaste — o uruguaio regressou recentemente de uma lesão muscular que o afastou durante mais de um mês — mas que encaixa na perfeição no que Rui Borges pretende.

Rui Borges, após uma conversa no início da temporada, convenceu-o a ser solução na defesa. Porque seria ali onde poderia ser determinante, ter um papel decisivo na equipa, tanto na missão defensiva como ofensiva. E, seguindo a máxima primeiro estranha-se depois entranha-se, eis que Maxi aparece a render mais onde... menos gosta de jogar. Sim, algo que foi confidenciado pelo próprio, numa entrevista a A BOLA em maio deste ano. O uruguaio revelou, nessa altura, o plano que os leões tinham para ele aquando da contratação aos mexicanos do Toluca.

«Bem, com Ruben Amorim era mais extremo. Depois, mais tarde, surgiu a possibilidade de jogar com linha de quatro mas é o que sempre digo: a posição onde me sinto melhor é como ala, onde estou hoje, mas como extremo também gosto muito. Depois como lateral...», contava.

É, então, na terceira opção preferencial desta lista que Maxi mais tem rendido esta temporada. A assistência (para o golo de Suárez) e a exibição na Amoreira foram apenas exemplos do que poderá oferecer para o ciclo complicado que se avizinha. Depois de falhar o clássico com o FC Porto, por lesão, o primeiro teste de grande exigência (defensiva) será na quarta-feira em Nápoles. E Maxi não vai esconder-se...