Nani no Summit: final de carreira, Mundial 2026 e lições de Ferguson
Nani foi uma das grandes figuras que estiveram no Portugal Football Summit esta quinta-feira, na Cidade de Futebol, e não só falou sobre o seu final de carreira, o que está a fazer atualmente, mas também alguns aspetos durante os muitos anos que esteve dentro de campo.
«A minha vida tem sido fantástica, depois de muitos anos dedicados ao profissionalismo. Não estava à espera ter um final de carreira tão tranquilo e emocionante, porque consegui encontrar algo interessante para me ocupar e chamarem-me para muitos evento para promover o futebol, cá e lá fora. Enche-me de orgulho, as pessoas lembram se do que fiz na na minha carreira. Abri uma academia de futebol, dedico o meu tempo a isso, adoro conviver com as crianças e estou com muita motivação. Está a ser fantástico. Já tinha esse dom [com crianças], ainda quando jogava no Manchester, sempre quis abrir uma academia», começou por dizer, em conversa com Pedro Pinto, afirmando que é gratificante trabalhar diariamente com jovens que ambicionam chegar ao futebol profissional.
De seguida, passou para a questão do futebol nacional e lembrou a sua experiência no Estrela da Amadora. «Os clubes ajustaram-se, já não há tanta diferença do clube pequeno para o grande, porque no pequeno já se sabe trabalhar, apesar de não terem tantas condições. Qualidade é outra conversa, por causa do poder de compra, mas há mais equilíbrio na fase de preparação. Os jogos são mais difíceis, mais velocidade no jogo. No nosso tempo eramos mais virtuosos, agora pensas duas vezes se vais fintar», explicou, lembrando a conquista do Euro e também as possibilidades de vencer o Mundial.
«Depois de termos ganho o Euro 2016, a nossa confiança mudou completamente, mas não só por isso. Temos uma geração de muita qualidade e talento. Mesmo lá fora as pessoas dizem que Portugal vai ganhar o Mundial, antigamente não. Tinha bons jogadores, mas muitas vezes gozavam connosco. Também sinto o mesmo, porque estamos consistentes, temos resultados positivos e só nos dá mais confiança de que é possível», atirou, tendo sido questionado sobre os melhores treinadores da carreira e mencionou alguns portugueses, mas focou-se nas lições recebidas por Ferguson.
«Paulo Bento foi marcante, antes e depois de ser profissional. Peseiro que me lançou na equipa principal, voltou a chamar me para o Sporting, estreou-me na Champions. Depois fui para Manchester, realidade completamente diferente, fiquei perdido com o inglês e o Ferguson quando falava não percebia nada, metia medo. Perguntava ao Cristiano e ele dizia 'não queres saber' [risos]. Quando aprendi inglês, Ferguson dizia 'Nani se voltares a fazer isso, comigo não jogas mais, nem na equipa B, voltas para Portugal, meto te já num avião'. Depois, quando o Ronaldo foi para Madrid, já me dizia, 'bora lá filho, sabes que acredito em ti, tinhas de resolver o jogo, mas estás bem'. Aí percebi que quando o Ferguson me chamava à atenção era porque tinha expetativas altas e acreditava em mim. Evra até disse, 'agora és tu e mais 10'. Aí fiz a minha melhor época, muitos golos e assistências», contou, terminando ao nomear os EUA como o país em que mais gostou de estar a jogar, além de Inglaterra e Portugal.
«Joguei 3 anos em Orlando e gostei muito. Já era mais maduro, experiente. Era um ambiente muito agradável, um espaço tranquilo para trabalhar, responsabilidade enorme, era capitão. Fiz épocas boas e deixei uma boa imagem. Mas as outras também foram experiências fantásticas», finalizou.
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