Martim Mayer: «Gostaria de ganhar oito campeonatos em oito anos»
A BTV emitiu esta terça-feira entrevistas aos seis candidatos à presidência da direção do Benfica. Martim Mayer foi o primeiro.
Motivo para se candidatar.
— Benfica tem andado subaproveitado, não tem materializado o potencial. Tenho uma proposta que contraria isso: ir buscar adeptos de todo mundo, trazer disponibilidade fiannceira que clube não está a aproveitar, para voltar a ter um Benfica global, muito grande e no topo da europa.
Remuneração.
— Sim, e a minha Direção também. Porquê? Simples, por uma questão de vínculo e responsabildiade, que têm de ser máximos.
Modelo tem para o futebol profissional.
— Há um fio condutor no projeto que permite ter uma estrutura com visão a médio prazo e que permita alcançar outros resultados. Apresentei Andries Jonker [diretor geral], alguém com experiência, que vai trazer capacidade de coordenação. Isso está em falta. Conto com José Mourinho e Mário Branco, que estão muito focados no curto prazo, preocupados com o dia a dia do plantel e com o próximo jogo. Serão complementares com Jonker, que traz o fio condutor desde sub-13, para acelerar talento, sermos mais incisivos no scouting. 50 por cento da equipa será da formação, 50 de compras acertadas.
Rentabilização desportiva.
— Vendemos muito cedo, por necessidade, por isso é preciso este palno a médio prazo por trás. Seremos mais incisivos e certeiros nas compras. As médias das nossas mais-valias em comparação com os rivais é mais baixa. Temos de reverter isso. É preciso estabilidade financeira. O último exercício foi bom, mas em média temos €70 milhões para resolver por época. A pressão da venda é grande, nos atletas da formação ainda maior. Temos de reverter isso para sermos livres de tomar melhores decisões e constitutir equipa mais próxima de lutar por um título europeu.
Relevância mercado nacional.
— Imensa. Temos ameaças a surgir de diferentes zonas geográficas. Benfica tinha o território controlado, abandonámos o scouting nacional. Temos de reverter a situação e estar em cima do talento. Temos de alargar o projeto de formação para lá da componente desportiva, importante que exista um colégio no Seixal.
Formação e sistema tático
— Um treinador no Benfica, em média, dura um ano e quatro meses. Muito pouco. Tem de trazer sucesso e ganhar, não pode pensar a médio prazo. Temos alguém que fará quatro anos comigo, Jonker. Talento precisa de ser preparado desde os sub-13, praticar o modelo de jogo, as equipas técnicas com o mesmo perfil de treinador. Pretende-se que a potência máxima do talento chegue aos 16 anos, os alemães ingleses, franceses e espanhóis estão a fazê-lo.
Equipa feminina
— Jonker foi scout feminino e treinador da seleção dos Países Baixos. É muito sensível ao futebol feminino, sabe onde está benfica e os próximos passos que temos de dar. Temos de crescer no Seixa e construir aí um estádio que seja o inferno da Luz do futebol feminino.
Sustentabilidade financeira e auditoria.
— Não pretendo fazer auditoria. Vou olhar para o presente e o futuro. Se for necessário far-se-á. As auditorias não se avisam, fazem. Não vou tirar esqueletos armário, vou confiar nas anteriores Direções. Auditoria terá de ser ao presente, a progressão dos custos tem sido significativa, estamos gastar mais que os rivais. Temos de perceber onde estamos a gastar mais e reduzir 20 por cento atuais custos. Já trabalhei sobre o assunto — reduzir 20 por cento sobre 200 milhões, tirar 40 milhões, esse é objetivo. Sobre receitas vou aumentar estádio e com isso trazer um cash flow de €20 milhões. Há um projeto de globalização, para zonas com mais 100 mil benfiquistas, escritórios em Montreal, Newark, Paris e Genebra. E os PALOPS são Befica no sangue por todo o lado. Tenho um projeto em Moçambique muito avançado, uma parceria com a maior empresa de pagamentos. Irei criar o cartão Benfica para Moçambique e Angola, com quotas de um e dois dolares, e abrir em Maputo um estádio Eusébio, passar jogos benfica. A partir do terceiro anos conto receber 15 milhões de Moçambique e 15 milhões Angola, mais 15 milhões receita adicional do estádio e temos o défice resolvido, sem ter de vender o João Neves. Os direito de TV, streaming e audiovisuais são cada vez mais importantes. Gostaria de ter outro acionista estratégico que tivesse a ver com audiovidisuais, garantindo sempre que clube terá sempre 67 por cento da SAD.
Direitos TV.
O valor de mercado anda à volta de 65/70 milhões/época. Benfica é o maior clube português, o maior movimento social e cultural, existe economia Benfica, que se expressa na quantidade de pessoas que quer ver jogos. Não podemos perder este peso. Benfica não pode perder nem um tostão, pelas minhas contas passará de de 60 para 15 milhões.
Relações com FC Porto, Sporting, FPF e Liga.
Benfica não tem tido correspondência entre valor económico e o peso institucional e a voz nos organismos. Passa por mostrar a todos o peso económico. Por isso não nos respeitam como deveríamos.
Legado
Gostaria de fazer dois mandatos. O projeto é para oito anos. Gostaria de deixar oito campeonatos e progressão da performance europeia. O Benfica não tem nada a menos que qualquer equipa grande para que não possa ganhar uma Taça europeia.