FC Porto: renovado dragão em chamas e a cuspir fogo mundial
No futebol, já se sabe, a linguagem é universal. O balneário de uma equipa pode ter jogadores de várias nacionalidades, mas o dialeto é apenas um: a bola.
Podemos utilizar esta analogia com a realidade atual do FC Porto. No plantel dos dragões há jogadores de várias nacionalidades (12), mas a qualidade apresentada pelos azuis e brancos na presente temporada ajuda a explicar que todos falam da mesma forma. O golo e a vitória, além de já fazerem historicamente parte do ADN do clube, estão a ser levados à letra pelos comandados de Francesco Farioli: quatro jogos oficiais em 2025/2026, quatro vitórias. Com 11 golos marcados e apenas um sofrido.
Contas feitas, o FC Porto é, naturalmente, o líder do campeonato - apenas o Benfica continua 100 por cento vitorioso na Liga, mas os encarnados apenas realizaram três partidas (têm ainda por disputar o embate com o Rio Ave, relativo à 1.ª jornada, e que foi adiado devido aos compromissos europeus das águias) e, como tal, têm somente 9 pontos contra os 12 dos portistas.
Comparativamente ao plantel da época passada, os dragões têm mais variedade de países representados (12 agora, 10 no ano anterior), sendo ainda de destacar a redução do número de portugueses que integram o grupo de trabalho.
Comecemos, então, exatamente por aí. Pela língua de Camões. Além das questões estratégicas adjacentes aos reforços e às saídas, há também um dado absolutamente relevante que ajuda a explicar o tipo de investimento feito: tal como André Villas-Boas havia preconizado, este foi mesmo «o maior mercado da história do FC Porto». É factual que dentro de portas ou até no estrangeiro havia portugueses com qualidade para jogar de dragão ao peito, mas a estratégia da SAD passou por um recrutamento além-fronteiras e de elementos com outro cartel nos clubes que representavam e/ou nas respetivas seleções nacionais.
A opção foi essa e, para já, o que pode dizer-se é que está a resultar na perfeição. No futuro logo se verá, ao dia de hoje é um FC Porto totalmente vitorioso.
O dialeto estrangeiro começou logo com a chegada de Francesco Farioli. O italiano chegou, viu e venceu e, como tal, a sua proveniência tão-pouco é tema de conversa no universo azul e branco. Afinal, os adeptos querem resultados e esses estão a ir ao encontro da exigência do clube.
Mesmo que no plantel, lá está, haja agora menos portugalidade. Diogo Costa, Cláudio Ramos, João Costa, Martim Fernandes, Alberto Costa, Francisco Moura e Rodrigo Mora são os rostos da pátria lusitana no seio dos dragões, numa redução de cinco portugueses relativamente a 2024/2025 - entraram João Costa e Alberto Costa, saíram João Mário, Tiago Djaló, Zé Pedro, André Franco, Vasco Sousa, Fábio Vieira e Gonçalo Borges.
Sociedade das nações
A renovação feita pela cúpula diretiva liderada por AVB - e cujo sucesso deverá ser sempre imputado também ao eterno Jorge Costa - levou a que o plantel seja agora constituído por jogadores de uma dúzia de nacionalidades. Uma autêntica sociedade das nações.
Se Portugal, Argentina, Brasil, Espanha, Nigéria, Canadá e Turquia já faziam parte do mapa-mundo do balneário portista em 2024/2025, juntam-se agora as bandeiras de Polónia (Jan Bednarek e Jakub Kiwior), Croácia (Dominik Prpic), República Dominicana (Pablo Rosario), Dinamarca (Victor Froholdt) e Países Baixos (Luuk de Jong).
De fora da equação, comparativamente à época anterior, ficaram Angola (David Carmo), Sérvia (Marko Grujic) e Camarões (Danny Namaso), que já deixaram o clube.
Os dados são factuais: há menos portugueses e mais nacionalidades. É a tal universalidade do futebol a juntar ao maior poderio económico que a SAD teve disponível para preparar o plantel para 2025/2026.
Certo é que vitória é a palavra mais pronunciada na atualidade do FC Porto. O dragão tem cuspido fogo... mundial e os adeptos estão em chamas. Porque a cada labareda veem aumentar o sonho de terem novamente o seu FC Porto campeão. É chama (bem) ardente...
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