Miguel Ribeiro no Portugal Football Summit
Miguel Ribeiro no Portugal Football Summit

Famalicão: «Quando alguém bater à porta pelo Gustavo Sá, sai de um dia para outro»

Presidente Miguel Ribeiro falou sobre presente e futuro da equipa no Portugal Football Summit

Miguel Ribeiro, presidente do Famalicão, falou no Portugal Football Summit sobre a gestão do clube, que tem crescido com investimento estrangeiro, desde 2019, e que já conseguiu fazer vendas milionárias.

«A nossa filosofia assenta no jogo e no jogador», resumiu, projeto alicerçado nos treinadores de todos os escalões, recordando saídas de sucesso como Pedro Gonçalves, Ugarte, Otávio, Iván Jaime ou Francisco Moura.

«Não tenho a mínima dúvida que somos uma referência para os outros clubes, como os outros clubes são para nós. Porque, se olharmos hoje para o futebol português, o Arouca, o Gil Vicente, o Santa Clara... Temos muitos clubes em que conseguimos ver ali um padrão. Há claramente hoje uma visão muito semelhante. Depois, o que é que o investimento nos permite? Permite a um clube como o Famalicão ter uma capacidade de recrutar mais forte», explicou.

Centralização

Miguel Ribeiro deu depois exemplo dos benefícios da centralização dos direitos desportivos. «Vou já introduzir o tema: o Ugarte é um ótimo exemplo que o futebol português tem para entender o equilíbrio pela via da centralização. Tornará os clubes pequenos mais fortes, mas também os grandes mais fortes. O Ugarte foi contratado pelo Famalicão por 2 milhões e meio de euros. Naturalmente, um clube da dimensão do Famalycão não terá capacidade para fazer este investimento. Mas nós tivemos. Vendemos ao Sporting por um valor 3 vezes maior. Mas o Sporting vendeu ao PSG por um valor 10 vezes maior. O que é que é importante? É importante que a capacidade que o Famalicão teve de recrutar permitiu ao Sporting recrutar dentro do país e também vender dentro do país», sublinhou.

«Se a primeira liga portuguesa tiver a capacidade de, dos 3 grandes para baixo subir de nível, os 3 grandes são, na minha opinião, os principais beneficiados. No dia que tivermos o mercado interno a funcionar, são os grandes beneficiados», afirmou.

«Quem compra no Famalicão sabe que compra bons jogadores»

«O nosso grande foco de ir buscar bons jogadores é que quem compra no Famalicão sabe que compra bons jogadores. Queremos que os jogadores que saiam do Famalicão joguem, porque temos jogadores de qualidade. E jogadores como Pedro Gonçalves dão crédito para jogadores como Mathias de Amorim, Gustavo Sá..»

Está acautelada a saída de Gustavo Sá? «Está. É verdade, mudávamos muito, mas agora já não. O Famalicão já atingiu o nível desportivo de contratar suplentes. Não acredito que, de momento, consigamos contratar um titular. O onze suplente de hoje é o próximo onze titular, então vamos tratar do onze suplente seguinte. Temos um verdadeiro break even desportivo. É óbvio para nós que este é o modelo, para que seja sustentável - apresente lucro e vá crescendo», explicou.

Miguel Ribeiro falou ainda do atraso nas obras do estádio, mas o tema voltou a ser... Gustavo Sá. «Temos uma âncora no pé chamada estádio. Vem a Juventus ou o Manchester City ver o Gustavo Sá e vê-o num estádio daqueles... Torna-se menos apelativo a quem vê», começou por dizer. Mas está a guardá-lo para ser a transferência recorde?

«Não, não é uma questão de guardar. O mercado funciona, e no caso dele ainda não funcionou, mas vai funcionar, tem 20 anos, tem 100 jogos de Liga e vai fazer o seu caminho. Não sei se vai ser em janeiro, no verão, mas quando o mercado funcionar... Vamos ver isto como se fossem carros. Quando vai a um stand da Ferrari ou da Porsche, vai, chega e compra, mas não vai passear. Num da Fiat já vai mais vezes. Acredito que o Famalicão hoje já está segmentado num escalão mais premium. E no dia que alguém bater à porta para contratar o Gustavo Sá, é uma coisa [que se faz] de terça-feira para quarta, de um dia para o outro. Não vamos perguntar um dia ‘quanto é que custa’, e ‘vamos não sei o quê, e quantas opções temos’. Acho que é um jogador que está naturalmente identificado. E bem, porque é um médio ofensivo de 1,90m, com 100 jogos, que tem sido de uma constância assinalável. Um profissional exemplar. Um jovem que não tenho dúvidas que vai atingir um patamar altíssimo.»

Quando vai a um stand da Ferrari ou da Porsche, vai, chega e compra, mas não vai passear. Num da Fiat já vai mais vezes. Acredito que o Famalicão hoje já está segmentado num escalão mais premium. E no dia que alguém bater à porta para contratar o Gustavo Sá, é uma coisa [que se faz] de terça-feira para quarta.

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