Fábio Silva recorda a saída do FC Porto e os empréstimos no Wolverhampton
Fábio Silva, avançado do Dortmund, relembrou, em entrevista ao Ruhr Nachrichten, jornal diário alemão, a saída do FC Porto e os últimos anos da carreira, em que, ligado ao Wolverhampton, passou por sucessivos empréstimos.
O internacional sub-21 português deixou o FC Porto a troco de 40 milhões de euros quando tinha apenas 18 anos. Uma saída que, já admitiu noutras entrevistas, foi prematura e contra a própria vontade e, à publicação germânica, explicou porquê. «Toda a minha família e eu somos do FC Porto – desde criança que esse é o meu clube. Fui ao estádio sempre que pude, adoro o clube e toda a gente sabe disso. Já quando vencemos a Youth League com o FC Porto tive propostas de grandes clubes. Mas recusei, porque queria concretizar o sonho de jogar pela equipa principal. Queria que a minha família me visse no estádio e consegui. Mas depois chegou a grande proposta de Inglaterra», explicou Fábio Silva.
Em cinco anos em Inglaterra, o atacante foi sucessivamente emprestado. Representou PSV, Anderlecht e Las Palmas, um cenário que, como explicou, não foi o ideal. «Claro que é difícil. Como jogadores, procuramos estabilidade. Gosto de estar num sítio e construir algo. No Wolverhampton não foi assim tão simples. Quis sair mais cedo, mas não me deixaram. E também não tinha qualquer perspetiva. Por isso, o empréstimo acabou por ser a única opção. Não era, obviamente, o meu plano andar todos os anos emprestado. Mas não tinha outra escolha. E também teve o seu lado positivo: aos 23 anos já acumulei muita experiência e hoje consigo lidar com muitas situações», afirmou.
A última cedência foi a mais proveitosa: ao serviço do Las Palmas fez 10 golos e três assistências em 25 jogos. «Foi um clube muito especial para mim. Quando, aos 18 anos, se vai para Inglaterra, para a melhor liga do mundo, criam-se enormes expectativas. No início sentimo-nos grandes. Depois, por vezes, as coisas não correm como se espera. Aí é fácil perder um pouco da confiança. Por isso é que é tão importante ter boas pessoas à volta: a minha família, os meus amigos. A época passada foi decisiva para mim, porque desde o primeiro dia senti uma enorme confiança, do treinador, do diretor desportivo, do presidente e dos meus colegas de equipa. A cada jogo que passava, tornava-se mais fácil mostrar o meu verdadeiro valor», adicionou.
Agora, ao serviço do Dortmund, o português de 23 anos espera crescer dentro da nova casa. «Apesar da sua dimensão, é um clube muito familiar. Desde o primeiro dia que toda a gente aqui tentou ajudar-me, mesmo durante a minha lesão. De fora, talvez não se perceba isso. Mas o clube apoiou-me de forma incrível nesse período, até em coisas do dia a dia em casa, para que eu me adaptasse bem aqui. Sente-se, assim que se entra pelas portas, que é um grande clube. Essa sensação torna tudo mais fácil para nos sentirmos bem. Espero ficar muito tempo no Borussia Dortmund e construir algo com o clube», completou.