Ex-Barcelona revela que foi vítima de depressão: «Cheguei ao fundo do poço»
José Manuel Pinto terminou a carreira profissional de guarda-redes no Barcelona, em 2014/15, depois de passagens pelo Betis e o Celta de Vigo, mas teve de trabalhar muito para lá chegar e falou sobre essas dificuldades a nível pessoal, afirmando mesmo que teve depressão, ainda jovem.
«Saí do Betis e fui emprestado ao Celta com uma opção de compra. Naquele ano, não joguei. Faltavam dois anos para terminar e foi aí que estreiei, mas eles não estavam muito seguros. Nos treinos, viam que eu era um animal, mas depois, em campo, como iria reagir à pressão e tudo o mais», começou por contar no podcast El Cafelito, no canal de Josep Pedrerol, apresentador do El Chiringuito.
«Joguei, fiz um grande jogo e foi definitivo, e eles compraram-me. Cheguei como suplente, com o pico e a pá, para trabalhar e aprender. Foi aí que me tornei num homem, por isso tenho um grande carinho pelo Celta. Triunfei, mas custou-me. Primeiro porque era um guarda-redes atípico. Aos poucos, eles viram que eu estava envolvido e dava tudo pelas cores do clube», contou, abordando essas dificuldades.
«A minha depressão veio da insegurança, porque via que, por mais que trabalhasse, ninguém confiava em mim a 100%. E eu dizia: 'Estou longe da minha família e dos meus amigos, vale a pena?' Então, houve um momento em que disse: 'Não sei se vale a pena tanto esforço e sacrifício, porque esses dias não voltam'. Eu tinha 22 ou 23 anos», revelou, lembrando o momento em que a meditação o salvou.
«Quando era pequeno, era crente, mas com tudo o que me aconteceu, deixei de acreditar. Cheguei ao fundo do poço. Foi a minha mulher que me viu. Entrei num ciclo em que dizia ‘tenho um sonho, mas tenho dúvidas se vou conseguir’. Um dia, a caminho do treino, vi um cartaz de aulas de meditação e, por brincadeira, tive uma iluminação. Mudou tudo para mim e agora encaro as coisas de forma diferente», finalizou.