Entre o 'golo-rei' e a Estrela que alto brilha (crónica)
O festival de golos em Famalicão terminou pintado a três cores, mas até foram os famalicenses a começar a festa. Um autogolo de Luan Patrick (de cabeça) ao minuto 8 pôs os minhotos em vantagem, depois de um cruzamento de Gil Dias pela direita.
Ainda estavam os da casa a festejar e já o Estrela da Amadora estava a fazer o 1-1. Kikas foi lançado nas costas da defensiva adversária, que estava muito subida, e, na cara com Carevic, não vacilou.
No primeiro jogo do campeonato após o Natal, as rabanadas nem se notaram na performance destes atletas. O jogo esteve sempre muito rápido, com duas equipas a fazerem pelos três pontos.
Aos 23', o Famalicão pediu penálti, depois de Gustavo Sá ter caído na área, num lance com Alex Sola. Luís Godinho mandou seguir. Um minuto depois, o Estrela fez o 2-1 por Jovane Cabral. O caboverdiano aproveitou uma bola à solta na área e rematou de primeira, com o pé esquerdo, para dentro da baliza.
Mas a vantagem estrelista não durou muito e o Fama voltou a Sorrir. De cabeça, Sorriso fez o 2-2. A jogada começou com uma prenda (fruto ainda do espírito natalício, quiçá) dos tricolores, que perderam a bola na sua área, quando queriam sair a jogar, num pontapé de baliza.
Tanto o Famalicão como o Estrela da Amadora conseguiram criar muito perigo junto às balizas adversárias, num belíssimo jogo de futebol no Minho. Em cima do intervalo, Otávio Fernandes, que foi a jogo para render Sidny Cabral (lateral a caminho do Benfica), lesionou-se e teve de ser substituído por Montóia.
Depois de uma primeira parte com quatro golos, a segunda deixou um bocado a desejar nesse campo e trouxe apenas um. Jovane Cabral voltou a marcar e a pôr os tricolores na frente! Quando a jogada terminou, Luís Godinho até apitou falta do avançado de 27 anos sobre Rodrigo Pinheiro. Contudo, depois de chamado pelo VAR, Luís Godinho reviu o lance, reverteu a decisão inicial e deu golo. Afinal, Jovane não havia feito falta.
Depois do terceiro golo estrelista, o Famalicão começou a apertar e criou oportunidades para chegar, pelo menos, ao empate. Perto do minuto 70, os minhotos mandaram duas vezes a bola à barra: a primeira por Realpe, de cabeça; e depois por Zabiri, após um grande remate de pé esquerdo fora de área.
A desordem e a emoção reinaram na reta final do encontro. O Famalicão lutou e esteve por cima durante grande parte do segundo tempo. Mas, no fim, quem brilhou mais alto foi mesmo a Estrela... que, após o Natal, se propôs a guiar a permanência até à Amadora.
As notas dos jogadores do Estrela da Amadora (4x3x3): Renan Ribeiro (5); Jefferson Encada (6); Schappo (5); Luan Patrick (4); Otávio (4); Ngom (5); Alex Sola (5); Paulo Moreira (6); Marcus (5); Jovane Cabral (7); Kikas (6); Guilherme Montóia (5); Ianis Stoica (5); Robinho (5); Rodrigo Pinho (5) e Atanas Chernev (5)
As notas dos jogadores do Famalicão (4x2x3x1): Carevic (5); Rodrigo Pinheiro (5); Realpe (5); De Haas (5); Rafa Soares (5); Van de Looi (5); Mathias de Amorim (5); Gil Dias (6); Gustavo Sá (5); Sorriso (7) e Zabiri (6); Elisor (4); Roméo Beney (4); Umar Abubakar (4); Joujou (-); Gustavo Garcia (-)
Hugo Oliveira, treinador do Famalicão
Não podemos sofrer um golo como sofremos, depois de marcar. Andámos sempre à procura de qualquer coisa. Faltou-nos tranquilidade e serenidade para tomar decisões adequadas. Hoje tenho de ver além do resultado. Acho que foi uma performance de demasiada emoção. Somos uma equipa consistente, disciplinada e rigorosa, mas hoje a emoção de querer dar a prenda de Natal aos adeptos, que mereciam, não nos deixou ganhar. Para o ano queremos dar-lhes muitas alegrias.
Luís Silva, treinador adjunto do Estrela da Amadora
Foi um bom jogo, com duas equipas a querer a vitória, desde o primeiro minuto. Sabíamos da qualidade do Famalicão, mas não viemos para nos fechar. Reagimos bem ao golo inaugural e chegámos aos golos com jogadas brilhantes. No último quarto de hora também soubemos sofrer, também faz parte, e estamos de parabéns. Sentimos que a equipa está a crescer e a cometer menos erros. Continuamos a cometê-los como aconteceu hoje, mas estão a ser eliminados aos poucos.