«Em Portugal temos de demonstrar duas ou três vezes mais»
Miguel Reisinho é reforço do Mamelodi Sundowns para as próximas duas temporadas. O médio-centro, de 26 anos, que se encontrava livre depois de cumprir seis épocas no Boavista, abraçou o primeiro projeto fora de portas e, ainda antes de embarcar para a África do Sul, falou das expectativas a A BOLA.
«Houve de facto algumas abordagens, tanto de Portugal como do estrangeiro. Mas neste mercado houve muita coisa que não consegui controlar, situações que fugiram ao meu alcance. No final, esta acabou por ser a oportunidade mais concreta e que me pareceu certa neste momento. Além disso, trata-se de um clube de enorme dimensão, habituado a disputar títulos em África e ganhar, foi uma das coisas que me fez vir para cá», começou por dizer o médio, que lamentou o facto de não poder continuar a carreira em solo nacional.
Não guardo qualquer mágoa, apenas alguma tristeza. É notório que tanto o jogador como o treinador português possuem qualidade e são amplamente reconhecidos e valorizados no estrangeiro. Em Portugal, parece ser necessário demonstrar duas ou três vezes mais para alcançar o mesmo nível de reconhecimento
«Não guardo qualquer mágoa, apenas alguma tristeza. É notório que tanto o jogador como o treinador português possuem qualidade e são amplamente reconhecidos e valorizados no estrangeiro. Em Portugal, parece ser necessário demonstrar duas ou três vezes mais para alcançar o mesmo nível de reconhecimento. Considero que é uma pena, até porque as seleções jovens e as equipas principais portuguesas estão quase sempre presentes nas fases finais e a disputar títulos, o que comprova o valor existente no nosso futebol», reforçou.
Reisinho vai trabalhar sob as ordens de Miguel Cardoso e Nuno Santos, também médio, que também trocou o V. Guimarães pelo emblema africano.
«Ajudou muito... as coisas aconteram muito rápido e desde que houve essa possibilidade o mister Miguel Cardoso mostrou muito interesse e disponibilidade e foi fácil nesse sentido e também forma de jogar do mister é uma ideia que admiro e encaixa muito bem no meu perfil. Quanto ao Nuno, já nos conhecemos há muito tempo desde as seleções jovens e depois jogamos novamente juntos no Boavista, um grande jogador e uma grande pessoa e é sempre um prazer jogar com ele, espero que ganhemos títulos juntos!»
A terminar, Miguel Reisinho não esqueceu a passagem marcante pelo Boavista. Um clube especial que caiu no abismo...
«Como é óbvio, o Boavista é um clube especial para mim, por tudo que vivi lá. É triste porque é um clube grande e não merece o que se está a passar, um clube que lhe fizeram muito mal e foi se aguentando. Espero que volte o mais rapidamente possível onde merece que é no topo do futebol português, é onde o clube merece estar e com certeza irá voltar, porque futebol português precisa do Boavista», desejou.