João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica — Foto Miguel Nunes
João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica — Foto Miguel Nunes

«É o desespero de duas pessoas que simbolizam um regime que está podre e vai cair»

Noronha Lopes arrasou o presente e o passado diretivo do Benfica, acusou quatro concorrentes de mentir e recusou «lições de benfiquismo» do atual presidente

João Noronha Lopes rejeitou responsabilidade no clima de tensão vivido na Assembleia Geral de sábado, mas admitiu que foi convidado por João Diogo Manteigas a abandonar o Pavilhão da Luz, antes de Luís Filipe Vieira tomar a palavra. O candidato à presidência do Benfica, em entrevista à CMTV, contou uma versão ligeiramente diferente daquela veiculada pelo antigo presidente encarnado, por Rui Costa, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho.

«Todos os sócios têm o direito de falar, por muito que esteja em desacordo com o que fizeram no passado. Não houve manobra nenhuma para boicotar quem quer que seja. [João Diogo Manteigas] Desafiou-me a sair e eu disse que não. Quando me apercebi que a situação estava a gerar uma enorme turbulência, eu, juntamente com três candidatos [João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho] dirigi-me ao presidente da MAG para fazer uma intervenção de forma a serenar os ânimos. A partir daí as coisas escaparam ao controlo por razões que desconheço», contou Noronha Lopes, que não poupou críticas ao passado recente e presente diretivo do Benfica.

O candidato de 59 anos destacou que Luís Filipe Vieira entrou no Pavilhão seguido «de capangas», apesar que «é legítimo» que queira falar aos sócios encarnados. Questionado sobre o comunicado publicado por Rui Costa, ao que tudo indica, direcionado para a candidatura Benfica Acima de Tudo, Noronha Lopes endureceu o tom das críticas: «Estas últimas 24 horas trazem o desespero de duas pessoas que simbolizam um regime que está podre, que vai cair. Estão nervosos, mentem, lançam calúnias. Rui Costa quer desviar as atenções do facto do seu mandato ter sido um falhanço desportivo e económico.»

Noronha Lopes acusou Rui Costa de ser o primeiro a entrar em «ataques pessoais» na campanha eleitoral e não deixou o atual presidente do Benfica sem resposta. «Não aceito lições de benfiquismo de Rui Costa. Foi bandeira eleitoral de Vale e Azevedo em 1997, e, em 2020, enquanto eu me bati contra Vieira, escondeu-se atrás dele», frisou o gestor.

O candidato à presidência do Benfica pela segunda vez admitiu, contudo, que falou com Rui Costa durante a Assembleia Geral sobre o regulamento eleitoral e que mantém uma relação «cordial e pessoal» com o presidente encarnado. A proximidade relativa entres os dois exponencia, na ótica de Noronha Lopes, a surpresa face ao comunicado publicado pela candidatura Só o Benfica Importa ao início da tarde.

Perante acusações de manipulação e destabilização por parte de Rui Costa e de Luís Filipe Vieira, Noronha Lopes responde que os dois «são fainha dos mesmo saco» e «estão a mentir». O gestor frisou que o antigo maestro e o ex-presidente encarnado fazem parte do passado do clube: «Vieira acha que tem um direito divino de ser presidente e de escolher Rui Costa para sucessor. É tempo de olhar para o Benfica do futuro. Uma coisa que me distingue é que ando no meio dos sócios, não preciso de seguranças.»

Noronha Lopes critica ainda a frieza da relação que Rui Costa mantém com os adeptos encarnados, antes de reiterar que o Benfica «não aguenta» mais quatro anos com o atual presidente à frente dos destinos do clube.