Capitão dos guerreiros do Minho poderá ter papel preponderante nas dinâmicas coletivas, afirma técnico luso
Capitão dos guerreiros do Minho poderá ter papel preponderante nas dinâmicas coletivas, afirma técnico luso

Do SC Braga ao... Manchester City: «Ricardo Horta pode fazer de Phil Foden»

João Daniel Rico conhece a fundo as competências de Carlos Vicens e salienta a importância que o capitão terá no novo sistema. Metodologias requerem tempo. Técnico português, que tirou a Pós-Graduação com o espanhol dos arsenalistas, tem boas perspetivas para o jogo diante do Levski. Elogios a rodos à qualidade do plantel bracarense

Para um dos nomes maiores da história do SC Braga, Ricardo Horta, uma comparação com um (também) grande jogador, Phil Foden.

Na opinião de João Daniel Rico, o capitão dos arsenalistas pode perfeitamente ser o joker do esquema tático que está a ser implementado por Carlos Vicens. Em declarações exclusivas a A BOLA, o treinador português, que tirou a Pós-Graduação com o técnico espanhol que esta época chegou ao SC Braga — e que com ele estagiou quando Vicens estava nos sub-18 do Manchester City, ainda antes de passar a integrar de forma definitiva, na altura, a cúpula liderada por Pep Guardiola — não tem dúvidas em afirmar que o camisola 21 dos guerreiros do Minho terá papel fundamental nas dinâmicas coletivas, assim como o internacional inglês tinha no gigante de Manchester.

«O sistema-base deverá ser mais próximo do 3x5x2 e Ricardo Horta pode fazer de Phil Foden, no apoio ao avançado», começou por dizer, justificando, desde logo, a influência que, historicamente, Horta tem tido nos últimos anos e que, mediante as alterações estratégicas que Vicens está a implementar, tem tudo para ganhar ainda mais preponderância.

Sobre os primeiros jogos do novo SC Braga, não só os de preparação, mas também o duelo com o Levski Sofia, referente à primeira mão da 2.ª pré-eliminatória da UEFA Europa League (0-0), João Daniel Rico faz uma análise aprofundada do que viu: «As expectativas estão altas e os primeiros jogos foram, no geral, bem conseguidos à exceção deste último na Bulgária. O plantel tem imensas soluções, com a vantagem de não ter perdido nenhum jogador dos mais influentes. É evidente a preocupação em manter a posse, tirando verticalidade à equipa, mas dando segurança. O jogador não está no espaço, aparece lá, algo que, na realidade, até surpreende um pouco, uma vez que o conceito da escola espanhola é precisamente o bom jogo de posição. Nota-se um foco na progressão pelo corredor central e em ter os jogadores próximos, com a equipa posicionada para as coberturas.»

O encontro na Bulgária acabou por deixar no ar alguma falta de agressividade no último terço ofensivo, mas, na ótica de João Daniel Rico, essa e outras questões estão naturalmente relacionadas com a nova metodologia que está a ser implementada e que, como com qualquer treinador, leva o seu tempo até ficar no ponto.

«A equipa está numa fase inicial de formação e de assimilação de novas ideias. Seria impossível já ter um projeto de jogo consolidado e, por isso, apresenta hoje limitações que podem vir a ser debeladas. Deste jogo da UEFA Europa League, e para além da questão ofensiva já abordada, pereceu uma equipa capaz de ser surpreendida em ações de contra-ataque pelos corredores, com os centrais-laterais a cometer erros de abordagem em alguns lances», analisou.

Ainda relativamente ao jogo com o Levski, realizado na passada quarta-feira, faltou, acrescenta, profundidade pelos corredores: «A equipa jogou sem defesas laterais e sem extremos de origem. Em termos de estrutura, 3-6-1 na construção, com Fran Navarro muito sozinho na frente, com Zalazar, um dos melhores 8/10 da Liga encostado ao corredor esquerdo e longe do jogo, e Mario Dorgeles, também ele um médio ofensivo, no corredor direito.»

«Talvez a má condição do relvado tenha levado a esta abordagem mais conservadora. Veremos nos próximos jogos», concluiu, a propósito, o técnico luso.

Treinador português estudou estagiou com Vicens nos sub-18 do Manchester City (Foto: D. R.)

João Daniel Rico elogia plantel bracarense

«Com o atual plantel do SC Braga dá para quase tudo». João Daniel Rico não poupa nos elogios ao grupo de trabalho que foi construído pela SAD e por Carlos Vicens e antevê que no futuro a equipa apresentar-se-á mais ofensiva.

«Creio que nos próximos jogos, e em particular na 2.ª eliminatória, a equipa vai ser montada para olhar mais para a frente. Tem extremos de com muita capacidade para desequilibrar, como o Roger, o Gharbi ou o Gabri Martínez, por exemplo, e a chegada do avançado Pau Victor deixará a equipa dotada de várias opções para a posição mais avançada», projeta o português amigo do espanhol.

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