Mario Dorgeles foi o espelho da abnegação arsenalista num jogo bastante desgastante em Sofia (Foto: LUSA)
Mario Dorgeles foi o espelho da abnegação arsenalista num jogo bastante desgastante em Sofia (Foto: LUSA)

Fogo teve pouco de artifício e na Pedreira haverá 'lume' (crónica)

Adeptos búlgaros com foguetes junto ao hotel onde estavam os guerreiros. Partida marcada pelos duelos físicos e 'sem' balizas. Minhotos são superiores

Para homens de barba rija. Assim foi o embate entre Levski Sofia e SC Braga. E tudo começou… na madrugada do jogo. Supostos adeptos do emblema búlgaro deflagraram fogo de artifício nas imediações da unidade hoteleira onde os minhotos estavam instalados, numa clara tentativa de desestabilizar os jogadores arsenalistas, mas nem isso tirou o foco à equipa de Vicens.

Depois disso, a formação portuguesa teve também de enfrentar um ambiente adverso num estádio que, além de estar praticamente cheio de adeptos do Levski – nota de destaque para a presença de algumas dezenas de aficionados bracarenses, que, amiúde, conseguiram aproveitar momentos de menor fulgor de muitos milhares para se fazerem ouvir alto e bom som -, foi disputada num relvado com lacunas evidentes.

Mas guerreiro que é guerreiro não vira a cara a nenhuma batalha e os artistas que viajaram do Minho foram à luta. O primeiro sinal de afirmação logo aos cinco minutos, quando Rodrigo Zalazar fletiu da esquerda para o centro e atirou a rasar o poste. Quem também tentou inaugurar o marcador foi Ricardo Horta, mas o remate do capitão (22’) foi... para as nuvens.

A resposta dos da casa foi pronta e Dimitrov teve cabeça para corresponder ao livre de Maicon. A ameaça do defesa-central saiu, porém, ao lado do poste esquerdo. Mais arrepios à turma lusa causou o lance protagonizado por Rildo, aos 33 minutos, uma vez que o avançado brasileiro do Levski – que em Portugal passou por Santa Clara e Portimonense — atirou para o fundo das redes da baliza à guarda de Lukas Hornicek. O canarinho estava, porém, em posição de fora de jogo e o lance foi, naturalmente, invalidado.

Até ao intervalo, Bright Arrey-Mbi e Vítor Carvalho ainda foram ao ataque para desviarem, de cabeça, dois livres de Ricardo Horta, mas entre os postes estavam quem não quisesse o fim desejado pela dupla arsenalista. Pelo meio, refira-se, Lukas Hornicek foi obrigado a aplicar-se após remate cheio de intenção de Petkov, de meia distância.

O SC Braga regressou para a etapa complementar como tinha iniciado a partida. Assente num 4x4x2 sem bola — Lagerbielke, Vítor Carvalho, Paulo Oliveira e Bright Arrey-Mbi na linha defensiva, com Gorby ao lado de João Moutinho no miolo, secundados, sempre que necessário, por Mario Dorgeles (à direita) e Rodrigo Zalazar (à esquerda), cabendo a Ricardo Horta e a Fran Navarro fazerem a pressão no setor ofensivo – e num 3x5x2 em posse — construção a três a partir de trás, subindo Vítor Carvalho para a intermediária e com Gorby a ter mais liberdade para se juntar aos da frente –, o conjunto português dominou quase sempre as operações, teve qualidade (e segurança) com o esférico, mas foi pouco incisivo na hora de chegar ao ataque. Ainda voltou a aparecer Zalazar, mas o remate foi parado por Vutsov (60’).

Aos foguetes madrugadores dos búlgaros deverão juntar-se (com grande dose de certeza) as canas que terão à espera na Pedreira. Porque o SC Braga é (muito) mais forte do que o Levski e, em condições normais, essa supremacia virá ao de cima no Minho, no encontro da próxima quinta-feira (20 horas).

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