Bruno Lage: «Nunca votei e não tenciono votar»
— Dia 25 de outubro há eleições no Benfica. Não vai votar?
— Eu nunca votei e não tenciono votar. Porque se fosse votar, se calhar tinha de perder seis, sete ou oito horas e era dia de jogo. Então prefiro ser um telespectador à distância.
— Não vai votar por causa do tempo ou não vai votar porque frente a frente vão estar pessoas que conhece bem, como Luís Filipe Vieira, que lhe deu a primeira oportunidade de treinar o Benfica, e Rui Costa, que o contratou nesta segunda vez?
— Nunca foi a minha intenção meter-me no lado político. Conheço muito bem Luís Filipe Vieira e Rui Costa, Vou conhecendo uma outra ideia de outros candidatos. O mais importante é que daqui até às eleições haja mais espaço para as pessoas discutirem as ideias para o Benfica. Eu não acompanhei muito, mas parece-me que é muito ruído e muito ataque de candidatos e falta discutir mais aquilo que querem para o Benfica.
— Neste mercado de verão, sentiu pela primeira vez que pôde escolher aqueles com quem queria trabalhar?
— Essa frase foi mal interpretada na altura e alguém tentou levar isso para o lado político, que podia estar a atacar o candidato Luís Filipe Vieira. Já falámos os dois sobre isso até. O que disse é que as ideias convergiram, não de escolher os jogadores, porque tive a oportunidade de escolher os jogadores anteriormente, mas no sentido de construir um plantel. A minha ideia coincidiu muito com a ideia do presidente Rui Costa, de termos dois jogadores por posição que competentes e competitivos, porque esse tem de ser o passo que o Benfica tem de dar. E estávamos a dar.
— Foi o Bruno Lage que escolheu todos os reforços?
— Uns chegaram até nós e nós validámos. Outros escolhemos. Mais importante do que quem escolheu, é que eu validei todos.
— Reforçou todas as posições que queria ou ficou a faltar aquele criativo de que tanto se falou durante o mercado?
— A parte do criativo... [Risos] Não estávamos à espera da saída do Akturkoglu e quando se finaliza a saída dele nós ficámos reféns de um jogador com essas características de ataque à profundidade, um jogador muito perigoso. Essa saída, em função do espaço, do tempo e das opções que estavam em cima da mesa, leva à decisão de trazer Sudakov e um ala que eventualmente pudesse jogar nos dois lados, que é o Dodi. O Fredrik (Aursnes) estava muito bem, o Andreas (Schjelderup) a crescer na esquerda e ainda havia o Prestianni que também pode jogar nos dois lados.
— Pediu ao Akturkoglu para não sair ou a decisão era inevitável?
— Fomos falando. O mais importante é que eu não posso pedir a um jogador para ficar se ele sente a motivação, quer financeira, quer familiar, de sair. Tínhamos era de criar todas as condições para a transferência acontecer de forma a não prejudicar o Benfica.
— Esteve pouco tempo no Benfica esta temporada, mas teve de gerir a saída do Akturkoglu e também a situação de Richard Ríos com ida ao Sal da Caparica. Como foi?
— Nós costumamos dizer dentro do Centro de Estágio do Seixal que cai uma gota de água e cá fora está a chover torrencialmente. Foi um não assunto. Tive conhecimento desse assunto já no final do jogo. Vou para a conferência de imprensa e todas as informações que me chegaram é que o jogador cumpriu o regulamento interno. Isso para mim é o suficiente.
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