Bruno Fernandes afinal é humano: a paragem inédita na carreira

Bruno Fernandes vai ficar de fora dos relvados cerca de um mês, desfalcando o Manchester United nos jogos frente a Newcastle (26 de dezembro), Wolverhampton (30 de dezembro), Leeds (4 de janeiro), Burnley (7 de janeiro), Brighton (este para a Taça de Inglaterra, a 11 de janeiro) e Manchester City (17 de janeiro). A informação foi avançada ontem pelo jornal The Sun.

A confirmar-se esta paragem, será a maior da carreira do internacional português de 31 anos, que além dos golos, assistências e entrega ao jogo tem sido um futebolista com uma assiduidade muito acima da média, conseguindo escapar a lesões musculares e mesmo traumáticas, não obstante a intensidade que aplica em todos os duelos.

O tempo mais prolongado de ausência havia sido até agora de 13 dias, na época 2023/24: uma mazela no joelho que o impediu de marcar presença em duas partidas ao serviço dos red devils.

Antes disso, conta-se apenas mais uma lesão, em 2018/19, que o tirou de dois jogos da Seleção Nacional - mas não do Sporting, o clube que representava à data. No seu histórico, disponibilizado pelo site especializado transfermarkt, contam-se ainda duas partidas perdidas por viroses.

Em suma, esta é apenas a terceira lesão numa já longa vida profissional. E a mais grave de todas, contraída no recente jogo frente ao Aston Villa, que o obrigou a sair ao intervalo. «Acho que é uma lesão nos tecidos moles, por isso vai demorar algum tempo», disse Ruben Amorim após o encontro em Birmingham, expressando aí já alguma preocupação. A especificidade do problema não é ainda conhecida, mas será na zona entre o gémeo e o joelho.

Bruno Fernandes é o jogador mais utilizado na Europa desde 2021. Segundo um recente estudo feito pelo Observatório do Futebol (CIES, sigla em francês, a língua oficial da instituição com sede na Suíça), o jogador do Manchester United esteve 27.634 minutos em campo, superando todos os registos entre clubes e seleções do Velho Continente - a nível mundial, apenas Gustavo Gómez, do Palmeiras, foi mais utilizado, com 28.194 minutos; e em segundo lugar nos europeus surge o benfiquista Otamendi, com 26.791, à frente de Harry Kane e Declan Rice.

Em março de 2024, Bruno Fernandes foi diretamente questionado pelos jornalistas, no final do jogo frente ao Liverpool para a Taça de Inglaterra que o United venceu por 4-3, sobre o facto de em mais de 500 jogos (conta agora com 550) distribuídos por 12 anos nunca se ter lesionado, ao que respondeu de forma descontraída, revelando qual é, afinal, o seu segredo: «Tenho de agradecer ao meu pai e à minha mãe pela maneira como me fizeram. Mas a minha mulher também desempenha um grande trabalho porque faz tudo para me dar o maior descanso possível, o que é difícil quando se tem duas crianças em casa que só querem brincar. O meu filho mais novo só quer estar a jogar à bola, mas consigo fazer as minhas sestas, enfim, consigo descansar da melhor maneira. Parte deste recorde é da minha família.»

A marca é agora quebrada, para mal de Ruben Amorim: como se não bastassem as ausências de Mazraoui, Diallo e Mbeumo na CAN, agora é o capitão que desfalca um plantel conhecido por ter pouca profundidade.