Gustavo Silva, ex-diretor jurídico do Benfica, esteve n'A BOLA TV a avaliar a proposta de estatutos do clube.

Benfica: vive no estrangeiro ou nas ilhas e quer votar? Eis a proposta

Voto eletrónico foi chumbado, mas A BOLA explica-lhe o que foi discutido na reunião com a MAG; tudo sobre as eleições de 25 de outubro

Representantes de João Diogo Manteigas, João Noronha Lopes, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho, candidatos à presidência da Direção do Benfica, assim como um representante da candidatura de João Leite à Mesa da Assembleia Geral (MAG), pelo Movimento Servir o Benfica, estiveram reunidos segunda-feira passada com José Pereira da Costa, presidente da MAG do Benfica.

A recandidatura de Rui Costa, presidente do Benfica, não esteve representada neste encontro a convite de José Pereira da Costa, onde foram discutidos vários pontos das eleições de 25 de outubro.

O voto eletrónico esteve em cima da mesa mas só poderia passar se todas as listas estivessem de acordo. E mesmo que as quatro presentes respondessem afirmativamente faltaria ainda o «sim» da candidatura de Rui Costa. A candidatura de João Noronha Lopes, todavia, vetou e logo aí matou a questão.

Mais tarde, Cristóvão Carvalho deixou críticas a Noronha Lopes — «A barreira não é técnica nem estatutária, é o medo de ouvir todos os benfiquistas» —, que baseou a decisão nos estatutos — «A nossa posição foi clara: apenas a segunda opção é viável ao abrigo dos novos Estatutos.»

A opção viável é, pois, o voto contado, físico, que para os sócios residentes fora de Portugal Continental poderá ser um problema. Quem vive no continente terá urnas espalhadas pelos distritos, como em eleições anteriores, quem reside nos Açores, na Madeira e no estrangeiro terá de esperar que uma nova proposta seja aprovada. Já está em cima da mesa e poderá ser votada na próxima reunião entre candidaturas e MAG, que está agendada para meados de agosto. E passa por maioria, não precisa de passar por unanimidade.

A ideia passa por enviar antecipadamente pelo correio, provavelmente ainda em setembro, um mês antes das eleições, dois boletins de voto para os associados de ilhas e estrangeiro. Um referente à primeira volta, que integre letras de A a J, de maneira a poder antecipar eventuais candidaturas, e outro apenas relativo a uma eventual segunda volta eleitoral, só com as letras A ou B.

E as pessoas saberiam em quem votar porque até 14 de outubro José Pereira da Costa terá aprovado as listas aptas a sufrágio, com a respetiva letra. E poderiam enviar pelo correio também em tempo útil, independentemente da distância. Normalmente, no Benfica, o A é reservado à primeira lista a entrar e assim sucessivamente, mas uma candidatura sugeriu fazer-se o sorteio das letras. A MAG deverá receber as listas concorrentes até ao prazo final de 10 de outubro.

Muito importante: a MAG do Benfica deve pedir aos associados que atualizem as moradas até meados de setembro, pois quer fechar o primeiro caderno eleitoral até 25 de setembro, exatamente um mês antes das eleições. Integrará todos os sócios com mais de um ano de associativismo (quem não tiver um ano não pode votar), mesmo aqueles que não têm as quotas em dia.

No segundo caderno eleitoral só entrarão aqueles que tiverem as quotas em dia, mas haverá então oportunidade para a liquidação. Sem palco ficou uma solução apresentada pela MAG para contornar a recusa do voto eletrónico: mesas eleitorais nas ilhas e no estrangeiro. Seria um projeto estrutural gigantesco face à representação do Benfica em muitos países e cidades espalhados pelo mundo.

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