Benfica vai a jogo mesmo sob ameaça de vírus
O Benfica está a lidar com uma contrariedade importante na preparação do clássico com o FC Porto, de amanhã, às 21.15 horas, no Estádio do Dragão. Vários jogadores e elementos da equipa técnica, entre os quais o treinador José Mourinho, como A BOLA avançou ontem na edição online, apresentam sintomas virais e, como tal, a treinar-se sem estar a 100 por cento. A presença no jogo não está em causa, mas instalou-se a preocupação com a possibilidade de agravamento da condição médica de quem já está afetado e de propagação para mais jogadores.
Os sintomas manifestam-se, essencialmente, em dores de cabeça e dores no corpo — isso, naturalmente, condiciona a preparação do jogo e causa apreensão. Na véspera do jogo com o Chelsea, da segunda jornada da Liga dos Campeões, segunda-feira, em Stamford Bridge, José Mourinho confessou que se sentia febril —mas aqueles sintomas em nada estão relacionados com o que acontece neste momento.
O departamento médico dos encarnados está a acompanhar a situação e, não obstante estar longe de ser grave, teme-se a propagação do vírus.
Clássico vai jogar-se
A BOLA sabe que a presença do Benfica no clássico não está em causa. Só uma situação verdadeiramente excecional levaria os encarnados a pedir o adiamento da partida — o que não acontecerá.
O regulamento das competições da Liga prevê a hipótese de adiamento de jogo se a equipa não tiver pelo menos 13 jogadores disponíveis, entre os quais um guarda-redes, mas a inaptidão dos atletas para jogar tem de ser atestada pelas autoridades de saúde.
No artigo 46.º — A, lê-se que a inaptidão dos atletas tem de ser atestada até ao início do jogo pela Direção-Geral da Saúde (no caso de despiste positivo de SARS-CoV-2 e/ou isolamento profilático de jogadores do plantel), por médico dos Serviço Nacional de Saúde (no caso de surto de outra doença contagiosa, vírica ou bacteriana, que determine incapacidade para jogar) ou médico do clube (no caso de lesão ou doença por outras causas, a confirmar por médico do SNS em atestado assinado e com a sua vinheta, entregue à Liga Portugal no prazo de 24 horas).
A decisão do adiamento é da competência do presidente da Liga e de um diretor executivo e o jogo adiado, ao abrigo do presente regime, será reagendado para data a definir por acordo dos clubes nos dois dias úteis seguintes ao da data inicial do jogo.
Na falta de acordo compete à Liga Portugal fixar o dia e hora de realização dos jogos.
O cenário de adiamento, como se disse, não está a ser considerado. E mantém-se prevista a conferência de Imprensa de José Mourinho, agendada para esta tarde, às 15 horas, no Estádio da Luz. O treinador poderá, então, prestar os esclarecimentos sobre a situação do plantel e se algum jogador corre o risco de não ser convocado. A equipa segue, à tarde, rumo a Gaia, onde deverá chegar a tempo de jantar.