Manuel Constantino, 62 anos, delegado das Casas do Benfica nos EUA e Canadá
Manuel Constantino, 62 anos, delegado das Casas do Benfica nos EUA e Canadá — Foto: D. R.

Benfica: «Milhares nos EUA e Canadá não vão votar»

Manuel Constantino esteve nas Assembleias Gerais e foi assobiado por defender voto eletrónico; sentiu que houve condicionamento e manipulação de duas candidaturas

Manuel Constantino, 62 anos, delegado das Casas do Benfica nos EUA e Canadá, partilhou «tristeza» pelos acontecimentos nas duas Assembleias Gerais (AG), nas quais participou e defendeu o voto eletrónico. Radicado nos EUA há mais de 40 anos, com ligações aos encarnados desde o presidente João Santos, esteve na Luz em representação de muitos sócios que o questionaram sobre como poderiam votar.

«Defendi o voto eletrónico por permitir que todos os sócios espalhados pelo mundo possam votar. Não afeta só os EUA ou o Canadá. Seria muito mais fácil para todos e não acredito que com a tecnologia que existe fosse complicado. Qualquer lista teria oportunidade de acompanhar o processo», explica a A BOLA, para partilhar depois o sentimento provocado pelos assobios que ouviu: «Não fui o único, mas fiquei triste. Até me disseram que seria melhor não votar que não saber para onde iria o meu voto. Apercebi-me que três quartos da AG estavam com Noronha Lopes e João Diogo Manteigas, desses 60/65 por cento com o primeiro e os restantes com o segundo. Assobiavam quem não estava com eles e aplaudiam quem apoiavam. Deu a ideia de que queriam condicionar e manipular a AG e as votações. E conseguiram. Não é admissível. Estavam organizados. Até circularam mensagens a pedir o abandono da AG quando Vieira fosse falar.»

Manuel Constantino só quer «que o Benfica continue a vencer, qualquer que seja o presidente», mas lamenta que muitos sócios não possam votar. «Serão milhares. Em Nova Iorque não há local de votação, o Connecticut tem duas casas, Danbury e Hartford, também não, Boston a mesma coisa, na Florida passa-se o mesmo. Vão fazer mais de seis horas de viagem para votar?», pergunta, num lamento.