Ángel Di María, jogador do Rosario Central e ex-Benfica
Ángel Di María, jogador do Rosario Central e ex-Benfica - Foto: IMAGO

Di María: «Benfica foi tudo para mim»

Argentino afirmou que está «muito feliz» por ter regressado ao Rosario Central, mas não esqueceu as águias, apesar de ter admitido que gostaria de ter voltado mais cedo

Alguns meses depois de sair do Benfica, Ángel Di María concedeu uma entrevista ao Dsports e falou sobre este seu tão desejado regresso ao Rosario Central, não esquecendo, obviamente, as águias, que foram um capítulo muito importante da sua vida e da sua carreira.

«O Benfica foi tudo para mim. Graças a Deus estive nos melhores clubes dos países, abriu-me as portas da Europa quando eu não era ninguém e só tinha 36 jogos no Rosario Central. Fui levado aos poucos, explodi no terceiro ano, é uma cidade parecida com a de Rosario, a adaptação foi muito boa», começou por dizer o argentino, admitindo que pensou sempre em voltar ao seu país e clube de formação.

«A minha cabeça estava sempre voltada para voltar, não vou mentir que houve um momento em que pensei que não fosse possível. Como a minha mulher está sempre ao meu lado, acabou por acontecer. Hoje não tenho palavras, estou grato e feliz por entrar em campo com os meus filhos, porque a minha mãe pode ver-me», explicou, admitindo que queria ter regressado e deixado o Benfica mais cedo, mas não foi possível por causa das ameaças vindas da Argentina.

«Quem está de fora não vê, pensam que a gente diz 'não volto, pronto'. A minha família e eu passámos dois ou três meses horríveis, durante a Copa América, e eu pensava ‘por que não posso voltar para o Central?’. A minha filha chorava, porque queria voltar, e nós dizíamos que não podíamos. Eu disse-lhe ‘filha, se eu não puder voltar a jogar, vou me reformar e voltaremos a morar em Rosario’. Mas ela queria-me ver jogar. No fim, tudo deu certo», disse, lembrando o momento em que contou aos seus país, após o fim do Mundial de Clubes.

«Os meus pais ficaram a saber na noite anterior. Ninguém sabia que eu estava a voltar, só a minha mulher, eu, o presidente do Rosario Central e as minhas filhas. No dia anterior à nossa chegada à Argentina, quando terminou o Mundial de Clubes, cheguei a Rosario e reunimos-nos com a minha família para comer, e foi aí que lhes contei. A felicidade era enorme, eles começaram a chorar. Eu disse-lhes: 'Eu renasci e assinei o meu primeiro contrato'. Tive a sensação de estar onde queria estar, hoje estar aqui é magnífico», atirou, recordando os muitos sacrifícios que fez ao longo da carreira.

«Conhecem a minha história, o que eu vivi. Há sempre momentos difíceis na vida, não só para um jogador, mas para qualquer pessoa em qualquer trabalho. Talvez amanhã fiques sem emprego e tenhas que sair à procura de outro. O que aconteceu comigo, que é o que me realiza, é que muitas pessoas não podem trabalhar com o que gostam. Aos meus amigos, digo: 'Que bom que tens trabalho', é difícil alimentar os filhos. É importante lutar pelo que se quer. Muitas vezes, as pessoas veem a parte bonita, mas eu me esforcei, como suplente, conquistei o meu lugar, muitas vezes perdi festas, aniversários, não pude estar com a família. O importante é lutar para levar o pão para casa», finalizou.