Benfica: Mário Branco suspenso 20 dias
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol suspendeu preventivamente Mário Branco, diretor geral do Benfica, por 20 dias. Ao mesmo tempo, no mapa de castigos ontem publicado, informa que foi aberto um processo disciplinar. Em causa os incidentes ocorridos no final do jogo entre o Benfica e Casa Pia.
Mário Branco insultou e ameaçou o árbitro Gustavo Correia ainda no relvado. Viu o cartão vermelho e continuou a protestar enquanto a equipa de arbitragem seguia para os balneários.
«Informo que o Sr. Mário Jorge dos Santos Branco, Diretor geral da equipa A (SL Benfica), no final do jogo, entrou no terreno de jogo, dirigindo-se a mim, proferindo as seguintes palavras: «Honra as insígnias que tens ao peito, és uma vergonha do c...! Vou rebentar contigo e com o João Bento que era o VAR!» Motivo pelo qual lhe exibi cartão vermelho direto. Informo ainda que o mesmo perseguiu a equipa de arbitragem durante o percurso da saída do relvado até ao corredor dos balneários, proferindo as seguintes palavras para mim: «Podes ter a certeza que eu vou rebentar-te todo, olha o que eu te digo! Vou rebentar-te a ti e ao João Bento! Não vales m... nenhuma, nem tu nem ele! Palhaços do c..., é uma vergonha, o que nos fizeram aqui hoje foi uma vergonha», escreveu o árbitro Gustavo Correio no relatório.
Mário Branco terá oportunidade de defender-se no processo disciplinar, que será conduzido pela Comissão de Instrutores da Liga. Mas, como A BOLA já deu conta, dificilmente escapará a castigo pesado.
Como os delegados ao jogo do Benfica, de acordo com ficha de jogo, foram Ricardo Rocha, adjunto de José Mourinho, e Simão Sabrosa, diretor técnico, Mário Branco deverá responder por lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa e ameaças contra a equipa de arbitragem no âmbito dos artigos do regulamento específico dos dirigentes desportivos — no primeiro caso, lê-se no regulamente disciplinar que «os dirigentes que pratiquem os factos previstos no n.º 1 do artigo 112.º contra órgãos da Liga Portugal ou da FPF respetivos membros, elementos da equipa de arbitragem, clubes, dirigentes, jogadores, demais agentes desportivos ou espectadores, são punidos com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de um mês e o máximo de dois anos e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 50 UC e o máximo de 300 UC»; no segundo que «os dirigentes que, por ocasião dos jogos oficiais, ameaçarem os elementos da equipa de arbitragem são punidos com a sanção de suspensão a fixar entre o mínimo de quinze dias e o máximo de seis meses e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 15 UC e o máximo de 60 UC».
Multas pesadas
O Benfica, pela presença não autorizada de Mário Branco no relvado e pelo acompanhamento da equipa de arbitragem até ao corredor dos balneários, terá de pagar 510 euros.
Foi ainda condenado ao pagamento de mais multas, no total de 5.100 euros — 1.910 euros por entrada e permanência de objetos não autorizados e 3.190 euros por comportamento incorreto do público.
O fisioterapeuta Pedro Barreiras, expulso por protestos pelo penálti assinalado por mão na bola de António Silva, terá de pagar multa de 1.300 euros.