Francisco Moura voa e marca no modelo de Anselmi

NACIONAL18.02.202509:30

Lateral-esquerdo fez golos em dois jogos consecutivos, mantendo a equipa viva na Liga Europa e quebrando o enguiço dos dragões no campeonato

Não é a primeira vez que Francisco Moura marca em dois encontros consecutivos desde que chegou ao escalão sénior – já o havia feito ao serviço da Académica, na época 2019/20, frente ao BSAD e à UD Oliveirense.  

Contudo, os golos recentes contra a Roma e o Farense tiveram um impacto significativo: mantiveram o FC Porto vivo na UEFA Europa League e, no campeonato, ajudaram a quebrar uma sequência de cinco jogos sem vitórias na principal competição nacional.  

Este é o melhor registo de Francisco Moura enquanto profissional: dois golos e sete assistências, sendo que uma delas ainda aconteceu ao serviço do Famalicão, clube que vendeu 100 por cento dos direitos económicos do atleta pelo valor total de 5 milhões de euros.  

Campeão da Europa pelos sub-19 de Portugal, em 2018, quando partilhava o balneário com David Carmo e Francisco Trincão no SC Braga, Moura tem mostrado as qualidades que o destacaram nos seus tempos de extremo, posição em que demonstrava grande faro pelo golo. Em 2017/18, ainda nos juniores dos arsenalistas, marcou 13 golos.

Tal como João Mário no FC Porto, que também era extremo de raiz, Moura recuou no terreno quando ficou claro que tinha o potencial para se tornar num lateral-esquerdo de grande nível.  

Sob o comando de Martín Anselmi, continua a ter responsabilidades defensivas, mas aparece muito mais projetado no ataque e com menos metros para chegar à baliza adversária. Essa preponderância do portista ficou evidente nos últimos dois jogos: contra a Roma, foi responsável pelos dois únicos remates enquadrados da equipa, incluindo o golo do empate a uma bola que deixou a eliminatória em aberto para o segundo jogo contra os italianos, quinta-feira, às 17h45, no Estádio Olímpico de Roma.

Frente ao Farense, outro jogo em que os dragões só fizeram dois remates enquadrados, voltou a ser decisivo, ao desviar de cabeça uma bola batida por Fábio Vieira, sem dar hipóteses ao guarda-redes Ricardo Velho. Nesta fase de transformação tática e estratégica, Francisco Moura afirma-se como uma peça-chave na equipa. A sua versatilidade e impacto em campo dão conteúdo ao modelo de Anselmi, que está a ser progressivamente assimilado pelo coletivo.

A melhor versão do lateral surge associada a esta mudança, depois de nos primeiros jogos com Anselmi Moura ter conhecido atuações relativamente discretas, em especial com o Maccabi Tel Aviv, Rio Ave e Sporting.