«Tondela jogar mal e somar os três pontos? Prefiro jogar bem, mas assinava por baixo»
Ainda sem vitórias na Liga – dois empates e quatro derrotas – o Tondela terá nos Açores, frente ao Santa Clara, mais uma tentativa. O treinador Ivo Vieira considerou esta quinta-feira que a equipa já mostrou qualidade suficiente para outros resultados, mas compreende a impaciência dos adeptos, que já nem se importariam de jogar mal - importante é amealhar pontos.
«Os adeptos são a razão do clube viver e existir e tenho esse respeito enorme por eles. Eu gostava que o Tondela jogasse bem nos Açores e ganhasse o jogo, mas não me importo nada que a razão esteja do lado deles: que o Tondela jogue mal e some os três pontos, assinava por baixo», disse a fechar uma conferência de imprensa em que manteve que a equipa já fez mais do que o suficiente para ter mais do que dois pontos e o penúltimo lugar.
«Todos os jogos são difíceis, um grau de dificuldade enorme na Liga. No entanto, acho que temos feito o suficiente, não mais do que o suficiente, porque não conseguimos resultados em que acreditávamos. E perante este adversário, novamente vamos procurar a vitória. É um adversário de valia, que nos vai dificultar a tarefa, mas nós temos de levar proposta de jogo, tal como temos feito, a querer ganhar», referiu quanto ao jogo com o Santa Clara.
A partida está marcada para a tarde de sábado, com a equipa a ter viagem marcada para os Açores pelas 17.20 horas de sexta-feira - nessa altura o tempo já estará melhor no arquipélago, que nas próximas horas será atingido pela passagem do ciclone Gabrielle.
«Não temos conseguido a soma dos três pontos, na minha opinião injustamente, porque a equipa acho que tem trabalhado para ter algo mais neste momento, mas a realidade é que não tem. Temos de conviver com isso, mas é lutar, continuar a acreditar», pediu.
«Desalento e frustração»
O treinador admitiu alguma frustração, mas também disse não ter dúvidas de que os jogadores têm dado tudo. «Estaria a divagar se dissesse que é confortável estar numa fase de seis jogos sem ganhar, com apenas dois pontos somados. Mas isso é uma realidade absoluta. É um momento em que não nos sentimos confortáveis nem felizes por aquilo que está a acontecer. De certa forma, há algum desalento e frustração naquilo que temos feito e não temos conseguido em resultados práticos, mas os sinais e aquilo que se trabalha à semana, o entusiasmo, a luta, o acreditar, o processo, continua de uma forma bem vincada», sublinhou.
Somos uma equipa que ataca bastante, mas falta aparecer o golo para estes jogadores poderem libertar-se de algumas amarras
«Acho que a equipa tem produzido um jogo ofensivo suficiente para fazer mais golos do que tem [2 marcados e 10 sofridos] e é curioso que dos seis jogos que temos salvo erro, em quatro deles o guarda-redes adversário foi o melhor em campo. Somos uma equipa que ataca bastante, mas falta aparecer o golo para estes jogadores poderem libertar-se de algumas amarras. É lutar, persistir no bom sentido, com inteligência, com qualidade, com respeito, para que as coisas aconteçam de uma forma natural», desejou, sem querer desvendar quais os principais aspetos que tem trabalhado:
«Há várias estratégias que podemos utilizar. Não sei se trabalhar finalização aumenta o stress ou o trauma por as coisas não estarem a acontecer. Não sei se trabalhar bolas paradas traz atrito ou mais pressão naquilo que é a defesa da nossa baliza. Temos convicção naquilo que fazemos. Obviamente esses momentos do jogo estão sempre presentes em exercícios de treino, seja de organização ofensiva ou defensiva, sejam em exercícios mais fechados. Nós visamos sempre a baliza. Não vamos aqui especificar o que é que temos feito mais ou menos. Há, de forma identificada, alguns momentos de jogo em que temos de acrescentar mais qualidade e valor naquilo que fazemos nos jogos e temos trabalhado em cima dessesaspetos, com afim, com dedicação, a melhorar nesse sentido para podermos fazer resultados diferentes.»