Tiago Silva revela conversa com Rui Borges: «Sporting foi forte possibilidade»

Depois de quatro temporadas no Vitória de Guimarães, Tiago Silva voltou a deixar Portugal - esteve dois anos no estrangeiro, no Nottingham Forest e no Olympiacos - e rumou ao Médio Oriente para representar o Al Rayyan, treinado por outro português, Artur Jorge.

Até chegou a jogar as primeiras quatro jornadas da Liga, mas saiu nos últimos dias de mercado de verão e já somou três jogos no Qatar. Um mês depois da saída, o médio deu uma entrevista ao canal V+ no programa Zona Frontal e revelou que houve uma forte possibilidade em rumar ao Sporting na última janela de transferências.

«Em relação ao interesse do Sporting, foi uma possibilidade, foi uma forte possibilidade. Aliás, foi das primeiras do mercado que me falaram, só que o Sporting e o Vitória nunca chegaram, nem nunca chegariam a acordo. E eu também gostava de sair do Vitória... era difícil eu trocar o Vitória por qualquer equipa em Portugal, sinceramente. Sempre priorizei o estrangeiro», começou por dizer, lembrando que está a entrar na fase final da carreira e que o aspeto financeiro era importante.

«Primeiro, porque em Portugal, a não ser os grandes, o jogador português não recebe muito dinheiro e mesmo os grandes não pagam um grande salário a um jogador de 32 anos. Eu, neste momento, sou visto como um jogador velho para atual em Portugal e os estrangeiros, e com muita pena minha, é que valorizam este tipo de jogadores. Os estrangeiros olham para o rendimento e não querem saber, porque também não precisam. Têm muito dinheiro e não são clubes vendedores, são clubes que olham para o rendimento e pronto. Enquanto que em Portugal é diferente, os clubes portugueses, por força do pouco dinheiro que têm, precisam de apostar muito na formação para vender», explicou, revelando também que teve uma breve conversa com Rui Borges, seu ex-treinador no Vitória.

«É uma realidade em Portugal e eu sei viver bem com isso, portanto sempre dei prioridade ao estrangeiro, porque a sair do Vitória seria para fazer um grande contrato e em Portugal, sinceramente, no Sporting eu não iria ter esse grande contrato. Foi uma possibilidade, eu ponderei seriamente, o mister Rui Borges também falou comigo na altura e gostava muito que eu fizesse parte do plantel, mas por falta de entendimento entre os dois clubes, também por um bocadinho de vontade minha em sair para o estrangeiro, acabou por não acontecer», acrescentou, elogiando Rui Borges e analisando o seu percurso nos leões.

«Neste momento, já se nota ali um toque no mister nesta equipa. No ano passado, acho que a ideia não estava a passar, sinceramente. Não sei porque razões, um treinador também com pouco estatuto, vinha do Vitória de Guimarães, não tinha ganho praticamente nada e as pessoas queriam mais, digo eu. E depois de Ruben Amorim era muito difícil alguém substituir e a responsabilidade era grande. Acho que ele tem todo o mérito em ter feito o que fez. Já era um grande treinador, é um grande treinador, uma grande pessoa, dos melhores, se não o melhor com quem já trabalhei e foi mérito próprio dele, e da equipa técnica, que está muito bem rodeado», contou, garantindo que vê um Sporting diferente da temporada anterior, para melhor.

«Conseguiu, hoje em dia pode meter um cunho pessoal na equipa dele, porque já tem essa moral, os jogadores já o vêm com outros olhos, acho eu. Os jogadores e não só, as pessoas cá fora também. Eu acompanhei muito as notícias e nunca foi muito consensual a vinda dele para o Sporting. Neste momento, penso que já convenceu os sportinguistas, o futebol que o Sporting pratica é muito mais atrativo do que o do ano passado e, por mérito próprio, acho que o Sporting está muito bem este ano», finalizou.