Sporting: João Simões reentra nas contas
Chegou ao Sporting com tenros 11 anos, vindo do Portimonense, e depressa se fez notar entre tantos jovens carregados de sonhos. Famos de João Simões. Um médio que se destacava pela inteligência táctica, versatilidade, dinâmica e capacidade de liderança, fora dos padrões normais para a idade.
Em Nápoles foi surpresa no onze, segundo as palavras de Rui Borges só o soube uma hora antes do jogo, e não deixou créditos por mãos alheias, apesar de apenas ter somado três minutos na Liga esta época. Bem pelo contrário, no meio de McTominay, Anguissa e Kevin de Bruyne, o camisola 52 jogou de olhos nos olhos e saiu por cima em vários duelos.
O treinador leonino até revelou conversa que tiveram no aquecimento, em que lhe perguntou «se estava cagado» e a resposta que deu em campo foi bem clara: não estava!
Sabendo-se que no sistema de Rui Borges há espaço para dois médios e um deles é intocável - Hjulmand - João Simões intromete-se agora na luta com Morita (um dos jogadores que Rui Borges sempre disse apreciar, mesmo antes de chegar ao comando técnico dos leões) e Kochorashvili, reforço de verão, sem descartar Daniel Bragança, com regresso à competição previsto para o início de 2026, na luta pela vaga.
«SERÁ UM JOGADOR ÚTIL»
A BOLA falou com Bernardo Bruschy, que foi treinador de João Simões na formação leonina, que abordou o que poderá dar vantagem a Simões nesta luta: «Estamos a falar em estados de maturação e vivência diferentes, internacionais A pelo seus países [Morita e Kochorashvili], com vários anos de campeonatos competitivos, mas, certamente que o João terá sempre o seu espaço de intervenção e volume de jogo ao longo do ano.»
Abrindo a perspectiva de mais presença em jogos: «É um jogador que garante sempre uma energia positiva à equipa, tem raio de ação grande no jogo, muita capacidade de guardar a bola e a par do Daniel Bragança são os únicos médios canhotos. Tendo em conta estas valências, será um jogador útil para esta época, que vai dar competitividade à posição porque traz consigo características únicas e é bastante fiável para qualquer contexto competitivo.»
«TRABALHA COM PRAZER»
Bruschy também não teve dúvidas em afirmar que vê no médio capacidades para, no futuro, envergar a braçadeira de capitão.
«Sempre revelou uma maturidade e liderança fora do normal para crianças daquela idade. Ao longo dos anos sempre foi destacado como um dos capitães e um exemplo na forma como desempenhava esse papel. Acredito que o João tem tudo para ser uma figura na equipa do Sporting nos próximos anos e o papel de capitão chegará de forma natural, porque foi um jogador que ao longo dos anos se soube preparar para esse momento. Pela forma se ser e estar podemos estar perante um dos capitães mais marcantes da história do clube e quem sabe até um futuro treinador», realçou.
E prosseguiu com os elogios: «Sem dúvida algum muito do sucesso do João deve-se a esta personalidade e forma de estar que o leva a trabalhar diariamente nos limites e com tremendo prazer de treinar a aprender com aqueles que se cruzam no seu caminho», finalizou técnico da formação.