Maxi Araújo travou inúmeros duelos com o capitão Politano
Maxi Araújo travou inúmeros duelos com o capitão Politano - Foto: IMAGO

Teia defensiva quebrada por aquele cinismo italiano (as notas do Sporting)

Rui Silva ficou mal na fotografia no lance do segundo golo. Ioannidis estreou-se a titular, mas foi poucochinho... João Simões foi gigante no miolo e Maxi Araújo o mais bravo

Rui Silva (4) — Dos 90 minutos ficaram dois lances na retina: a estirada aos 40’, a negar golo a Politano com uma palmada com mão direita e o falhanço na abordagem ao lance do segundo golo, em que ficou muito mal na fotografia com uma saída fora de tempo a que Hojlund lhe chamou um figo para bisar.

Fresneda (5) — Teve um alívio perigoso logo aos 4’, com a bola a sair na linha de fundo, cedendo canto, mas depois acertou agulhas. Fez um bom cruzamento aos 11’, no lado direito do ataque, um par de subidas de à linha, sempre a cruzar para a área, sem nunca virar a cara à luta.

Eduardo quaresma (5) — Travou duelo interessante com Hojlund, nem sempre levando a melhor. No lance do golo dos napolitanos deixou-se ludibriar por Kevin de Bruyne, não conseguindo desarmar belga que agradeceu e serviu a bola de bandeja a Hojlund. Aos 66 ficou caído no chão e de imediato deu indicações para o banco, o depósito estava na reserva e não dava para novo arranque.

A figura do Sporting: Maxi Araújo (nota 6)
Tem sangue quente, fazendo jus ao seu ADN sul-americano. Foi um dos mais bravos em campo, muito concentrado na sua missão, sem conceder espaços no seu raio de ação, combativo (e até refilão em demasia, foi aviado duas vezes pelo árbitro neerlandês), joga a olhar nos olhos dos adversários, num tom não intimidatório, mas sim provocante: 'Anda, que estou aqui para ti', e travou duelos de alto gabarito com Politano, foi ele quem 'sacou' o penálti num desses lances com o capitão dos italianos. Aos 85', leu bem o lance e esteve quase a desmarcar-se na área, em posição privilegiada para almejar a baliza, mas Juan Jesus conseguiu anular o uruguaio.

Gonçalo Inácio (4) — Esteve envolvido nos lances dos dois golos. No primeiro não teve pernas para o calmeirão Hojlund e, no segundo, podia ter ajudado mais na marcação ao dinamarquês no coração da área. Pelo meio (58') um corte na hora H após Politano ter colocado a bola em De Bruyne, que não hesitou em rematar, valendo a intervenção do camisola 25.

Hjulmand (6) — Roubou muitas bolas e foi sempre muito combativo, não destoando, portanto, daquilo que tem sido a sua bitola. Mesmo ao cair do pano teve o empate na cabeça, não fosse a extraordinária defesa do gigante guarda-redes sérvio do Nápoles.

João Simões (6) — Ninguém diria que apenas somava três singelos minutos na Liga. Concentrado, com muito espírito de ajuda ao quarteto defensivo e certinho na sua missão no meio de McTominay, Anguissa e De Bruyne. Aos 27' visou a baliza de Milinkovic-Savic, com o sérvio a encaixar a bola com facilidade. No início da jogada do penálti teve uma série de duelos em que não desistiu para ganhar a posse de bola. Um aspeto menos positivo no lance do primeiro golo dos italianos em que perdeu a bola em pressão alta.

Quenda (6) — Autêntico furação. O que este miúdo correu. Recuou muitas vezes para dar uma 'mãozinha' à defesa, marcou cantos e livres, ainda fintou De Bruyne e levou perigo à baliza de Milinkovic-Savic (75') e foi seu o cruzamento, fruto de jogada de insistência rodeado de adversários, em que Hjulmand cheirou o golo.

Trincão (5) — Fez marcação à zona, recuou muitas vezes para fechar o miolo com o intuito de anular o jogo interior do Nápoles e pouco se viram os seus dotes de desequilibrador, exceção feita ao lance aos 42' em que tirou vários jogadores da frente, entregou a bola a Catamo, mas o lance esfumou-se.

Catamo (5) — É certo que houve pouco jogo pelos flancos, com o moçambicano no lado esquerdo, mas longe das deambulações rumo à área. Fez um cruzamento, aos 36’, com a bola a passear em frente ao guardião, sem que ninguém aparecesse para a emenda. No lance do primeiro golo do Nápoles podia ter esticado a corrida para chegar à bola, fiou-se que Gonçalo Inácio fazia o acompanhamento. Só que não...

Ioannidis (5) — A estreia a titular, diga-se, não foi de encher o olho. Falta-lhe mais traquejo e entrosamento. Aos 7', após insistência na direita conquistou primeiro canto para o Sporting; aos 11’ não conseguiu rematar a cruzamento de Fresneda e aos 60' esperava bola vinda de Maxi Araújo, mas Gutiérrez antecipou-se. Ainda fez dupla com Suárez no ataque, e viu o colombiano marcar.

Luis Suárez (6) — Jogou toda a segunda parte, ainda fez dupla com Ioannidis e depressa se evidenciou. Possante, disse sempre presente na luta pela bola e na procura de uma nesga para chegar à baliza. Na altura de cobrar o penálti veio ao de cima a frieza com selo de sucesso.

Pedro Gonçalves (5) — Vontade não lhe faltou, mas a mira esteve desafinada apesar de ainda ter tido punhado de oportunidades para marcar.

Debast (5) — Rendeu Quaresma, no eixo da defesa. Cumpriu e ainda arranjou tempo para aparecer na área da equipa italiana.

Alisson (5) — Entrou para dar velocidade na esquerda e foi o que fez. Tem o samba no corpo e ainda se esgueirou um par de vezes rumo à baliza. Está em crescendo e a aproveitar cada minuto que Rui Borges lhe dá.

Morita (4) — A equipa sofreu golo dois minutos depois de ter entrado. Não teve qualquer intervenção no lance, mas acabou por não servir os intuitos de ajudar a segurar o empate.