Teia defensiva quebrada por aquele cinismo italiano (as notas do Sporting)
Rui Silva (4) — Dos 90 minutos ficaram dois lances na retina: a estirada aos 40’, a negar golo a Politano com uma palmada com mão direita e o falhanço na abordagem ao lance do segundo golo, em que ficou muito mal na fotografia com uma saída fora de tempo a que Hojlund lhe chamou um figo para bisar.
Fresneda (5) — Teve um alívio perigoso logo aos 4’, com a bola a sair na linha de fundo, cedendo canto, mas depois acertou agulhas. Fez um bom cruzamento aos 11’, no lado direito do ataque, um par de subidas de à linha, sempre a cruzar para a área, sem nunca virar a cara à luta.
Eduardo quaresma (5) — Travou duelo interessante com Hojlund, nem sempre levando a melhor. No lance do golo dos napolitanos deixou-se ludibriar por Kevin de Bruyne, não conseguindo desarmar belga que agradeceu e serviu a bola de bandeja a Hojlund. Aos 66 ficou caído no chão e de imediato deu indicações para o banco, o depósito estava na reserva e não dava para novo arranque.
Gonçalo Inácio (4) — Esteve envolvido nos lances dos dois golos. No primeiro não teve pernas para o calmeirão Hojlund e, no segundo, podia ter ajudado mais na marcação ao dinamarquês no coração da área. Pelo meio (58') um corte na hora H após Politano ter colocado a bola em De Bruyne, que não hesitou em rematar, valendo a intervenção do camisola 25.
Hjulmand (6) — Roubou muitas bolas e foi sempre muito combativo, não destoando, portanto, daquilo que tem sido a sua bitola. Mesmo ao cair do pano teve o empate na cabeça, não fosse a extraordinária defesa do gigante guarda-redes sérvio do Nápoles.
João Simões (6) — Ninguém diria que apenas somava três singelos minutos na Liga. Concentrado, com muito espírito de ajuda ao quarteto defensivo e certinho na sua missão no meio de McTominay, Anguissa e De Bruyne. Aos 27' visou a baliza de Milinkovic-Savic, com o sérvio a encaixar a bola com facilidade. No início da jogada do penálti teve uma série de duelos em que não desistiu para ganhar a posse de bola. Um aspeto menos positivo no lance do primeiro golo dos italianos em que perdeu a bola em pressão alta.
Quenda (6) — Autêntico furação. O que este miúdo correu. Recuou muitas vezes para dar uma 'mãozinha' à defesa, marcou cantos e livres, ainda fintou De Bruyne e levou perigo à baliza de Milinkovic-Savic (75') e foi seu o cruzamento, fruto de jogada de insistência rodeado de adversários, em que Hjulmand cheirou o golo.
Trincão (5) — Fez marcação à zona, recuou muitas vezes para fechar o miolo com o intuito de anular o jogo interior do Nápoles e pouco se viram os seus dotes de desequilibrador, exceção feita ao lance aos 42' em que tirou vários jogadores da frente, entregou a bola a Catamo, mas o lance esfumou-se.
Catamo (5) — É certo que houve pouco jogo pelos flancos, com o moçambicano no lado esquerdo, mas longe das deambulações rumo à área. Fez um cruzamento, aos 36’, com a bola a passear em frente ao guardião, sem que ninguém aparecesse para a emenda. No lance do primeiro golo do Nápoles podia ter esticado a corrida para chegar à bola, fiou-se que Gonçalo Inácio fazia o acompanhamento. Só que não...
Ioannidis (5) — A estreia a titular, diga-se, não foi de encher o olho. Falta-lhe mais traquejo e entrosamento. Aos 7', após insistência na direita conquistou primeiro canto para o Sporting; aos 11’ não conseguiu rematar a cruzamento de Fresneda e aos 60' esperava bola vinda de Maxi Araújo, mas Gutiérrez antecipou-se. Ainda fez dupla com Suárez no ataque, e viu o colombiano marcar.
Luis Suárez (6) — Jogou toda a segunda parte, ainda fez dupla com Ioannidis e depressa se evidenciou. Possante, disse sempre presente na luta pela bola e na procura de uma nesga para chegar à baliza. Na altura de cobrar o penálti veio ao de cima a frieza com selo de sucesso.
Pedro Gonçalves (5) — Vontade não lhe faltou, mas a mira esteve desafinada apesar de ainda ter tido punhado de oportunidades para marcar.
Debast (5) — Rendeu Quaresma, no eixo da defesa. Cumpriu e ainda arranjou tempo para aparecer na área da equipa italiana.
Alisson (5) — Entrou para dar velocidade na esquerda e foi o que fez. Tem o samba no corpo e ainda se esgueirou um par de vezes rumo à baliza. Está em crescendo e a aproveitar cada minuto que Rui Borges lhe dá.
Morita (4) — A equipa sofreu golo dois minutos depois de ter entrado. Não teve qualquer intervenção no lance, mas acabou por não servir os intuitos de ajudar a segurar o empate.