Gerard Delofeu, formado no Barcelona e ex-jogador da Udinese
Gerard Delofeu, formado no Barcelona e ex-jogador da Udinese - Foto: IMAGO

«Talvez seja a recuperação mais difícil da história, serão mais de mil dias»

Gerard Deulofeu está lesionado há quase três anos e considerou a hipótese de se reformar, mas o apoio da família levou-o a não desistir de voltar a jogar

Quase três anos. É esse o tempo que Gerard Deulofeu está de fora dos relvados, devido a uma lesão muito complicada no joelho - rompeu o ligamento cruzado anterior no dia 22 de janeiro de 2023 -, que ficou infetado num momento inicial da sua recuperação, o que levou a várias injeções mensais para tentar resolver o problema.

O internacional espanhol está sem clube desde janeiro deste ano, altura em que terminou contrato com a Udinense, mas ambiciona regressar aos relvados pelo clube italiano, que o continua a deixar recuperar da lesão nas suas infraestruturas. No entanto, todos estes contratempos motivaram ainda mais o ex-Barcelona a regressar aos relvados, apesar de ter tido momentos bastante difíceis.

«Sei que estou a tentar algo especial. Talvez seja a recuperação mais difícil da história. Se eu conseguir voltar, serão mais de 1000 dias. Mas sou uma pessoa que cuida de si própria e acho que consigo. Se há alguém capaz de fazer isso, sou eu», começou por dizer, em entrevista ao The Guardian, admitindo que pensou seriamente na reforma.

«Às vezes penso nisso. Surge-me o pensamento: 'Oh, Gerard, desiste, desiste porque já tiveste uma boa carreira e tens uma família'. Mas se digo à minha mulher que é muito difícil e que acho que não vou voltar, ela responde: 'Vamos tentar, tu vais conseguir'. Essa é a minha força: as mensagens positivas da minha esposa e o facto de os meus filhos quererem ver-me jogar. O meu filho era muito novo quando joguei pela última vez. Ele só me pergunta: 'Quando? Quando é que voltas?' 'Estou a tentar, estou a tentar!' Estou a tentar, mas é claro que há dias em que os pensamentos são maus», atirou.

«Não é uma lesão comum. Quando se é idoso, pode acontecer que o joelho fique completamente destruído, e agora isso aconteceu comigo porque a infecção piorava a cada mês. Eu sabia desde os primeiros meses que não poderia voltar rapidamente. Em todas as ressonâncias magnéticas que fiz, a cartilagem estava deteriorada. Perdi músculo, o joelho não flexionava corretamente, havia muito a recuperar e foi muito lento», explicou, analisando a sua carreira.

«Agora que tive de fazer uma pausa, consigo ver o quão importante foi e é a minha carreira. Estou muito orgulhoso. Vim de Barcelona: as pessoas podem ver isso e talvez dizer que eu poderia ter sido mais bem-sucedido, mas é preciso reconhecer que já joguei pelo Barça, pelo Milan, ganhei a Liga Europa com o Sevilha, joguei na Liga dos Campeões, joguei pela seleção nacional e marquei golos, cheguei à final da FA Cup com o Watford. Claro, poderia ter sido melhor, mas isso é apenas uma possibilidade. O que mais eu poderia exigir da minha carreira além de tudo isso», questionou, firmando que quer voltar a jogar pela Udinese.

«Sei que um dia, se eu voltar a jogar aqui, este estádio vai estar completamente lotado. Sei como vai ser esse dia para esta cidade e para este clube. Vai ser uma festa. Eles sabem o quanto eu amo este clube e como eu jogava quando estava disponível. Queremos fazer história juntos», finalizou.