Saiba mais sobre a Hungria, a próxima adversária de Portugal
Depois da entrada a todo o gás de Portugal na qualificação para o Mundial 2026, com vitória por 5-0 frente à Arménia, a Seleção Nacional prepara-se para, na próxima terça-feira, enfrentar a Hungria. Um oponente que se espera bastante distinto do primeiro.
No ranking mundial da FIFA, liderado pela Argentina e em que Portugal ocupa o sexto lugar, a seleção húngara está na posição 38, bem diferente da ocupada pela Arménia, 105.ª classificada. E se, por um lado, havia muitos de entre os mais de 13 mil adeptos arménios que estavam por Portugal, muito por causa do ídolo Cristiano Ronaldo, o mesmo não deverá acontecer perante os mais de 60 mil que deverão encher a Puskás Arena, um dos ambientes mais fervorosos a nível de seleções na Europa.
O estádio é um dos grandes fatores de diferença de uma partida para a outra. O Estádio Republicano, em Erevan, tem capacidade para 14.403 espectadores, mas a Puskás Arena, casa desta seleção da Hungria, leva 67.215 adeptos. É um recinto inaugurado em 2019, construído no mesmo sítio onde estava o antigo Estádio Ferenc Puskás, demolido em 2016. Foi um dos estádios em que Portugal jogou no Euro 2020 — duas vezes: venceu por 3-0 a Hungria e empatou 2-2 com a França — e receberá a final da edição 2025/26 da UEFA Champions League.
Quando à própria seleção, trata-se de um conjunto com valores individuais de destaque. O maior deles todos é o capitão, o médio Dominik Szoboszlai. O jogador do Liverpool é o principal criativo e motor do meio-campo da equipa, dotado de capacidade física e de um pontapé distante de classe mundial. Joga no Liverpool e, na última jornada da Premier League, foi decisivo: fez o único golo da vitória dos reds frente ao rival Arsenal com um livre direto a mais de 29 metros da baliza que não deu qualquer hipótese a David Raya. Isto numa partida em que, mesmo sendo médio, jogou a... lateral-direito.
Também no Liverpool joga Milos Kerkez, lateral-esquerdo que, no verão de 2023, foi muito cobiçado pelo Benfica. Esteve dois anos no Bournemouth e, sobretudo no segundo, mostrou-se a elevado nível, destacando-se pela capacidade ofensiva e disponibilidade física. Jogou nos 38 encontros dos cherries na Premier League em 2024/25, fez dois golos e cinco assistências e, no último mercado de verão, rumou a Anfield por mais de 46 milhões de euros. Willy Orbán, defesa-central de 32 anos do Leipzig, é também um dos esteios da seleção húngara e Barnabás Varga, avançado de 30 anos do Ferencváros, está num incrível momento de forma: em 12 jogos realizados em 2025/26, leva 11 golos e duas assistências. Marcou, inclusivamente, no primeiro jogo da Hungria no apuramento para o Mundial 2026, frente à República da Irlanda. Uma partida que terminou com um empate a dois golos mesmo a fechar e que foi mais uma a juntar-se ao mau momento de forma que a seleção magiar vive no último ano.
Mau período para a Hungria
Desde o início do Euro 2024, a seleção da Hungria disputou 14 jogos, mas só venceu três: 1-0, frente à Escócia, a 23 de junho de 2024, 2-0 frente à Bósnia, a 14 de outubro do ano passado e, já neste ano, a 10 de junho, por 2-1 frente ao Azerbaijão, então ainda treinado por Fernando Santos. Um registo negativo para uma seleção que empatou em casa frente aos bósnios e que perdeu, na Hungria, frente a Turquia e Suécia.
Pelo meio houve ainda jogos frente a Países Baixos e Alemanha, mas com resultados bastante díspares entre casa e fora: em terreno forasteiro, foram goleados por 0-4 pelos neerlandes e 0-5 pelos alemães. Já em casa... dois empates a um golo. Frente aos Países Baixos, a equipa da Hungria sofreu o golo do empate aos 83 minutos, quatro minutos depois dos visitantes ficarem reduzidos a 10 por expulsão de Van Dijk. Contra a Alemanha o empate dos húngaros foi graças a penálti de Szoboszlai aos 90'+9.
Na primeira jornada do apuramento para o Campeonato do Mundo, tudo começou bem e tudo acabou mal para a Hungria. Aos 15 minutos já a seleção treinada por Marco Rossi vencia por 2-0, com golos de Roland Sallai e Varga. Na segunda parte tudo descambou: Evan Ferguson empatou aos 49', Sallai foi expulso três minutos depois e, já para lá dos 90', Idah fez o 2-2 final. A arbitragem não agradou ao treinador da Hungria, que descreveu a segunda parte como «um combate», mas que deixou claro que, apesar de desapontado com o resultado, não ficou insatisfeito com a performance: «Jogámos bem na primeira parte e na segunda lutámos como leões. Não me posso queixar.
A Hungria prepara-se para receber Portugal na próxima terça-feira, num jogo que tem início marcado para as 19h45 (hora de Portugal Continental). Esta segunda-feira, pelas 17 horas, será a conferência de imprensa de antevisão de Roberto Martínez, selecionador nacional.