Pedro Proença, Presidente da FPF, em conversa com Pedro Pinto - Foto: Summit
Pedro Proença, Presidente da FPF, em conversa com Pedro Pinto - Foto: Summit

Proença e as «cabeçadas» dos presidentes: «Quando considerar que tenho de intervir...»

Presidente da FPF esteve na sessão de encerramento da primeira edição do Portugal Football Summit e abordou vários temas, revelando que o evento vai ser repetido em 2026

A primeira edição do Portugal Football Summit terminou como começou, com Pedro Proença, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, no palco, e abordou vários temas que foram discutidos nestes quatro dias, mas começou a falar sobre o trabalho que foi feito pela sua equipa nestes sete meses de liderança da FPF.

«Agradecer por estes quatro dias extraordinários daquilo que vale o futebol português. Começaria com esta nova página da FPF, da vontade de fazer diferente, é um futebol vencedor e é um pouco essa nova era que nós queremos criar. Esta vontade desportiva, tudo onde entramos, entramos para ganhar e é essa mentalidade que trazemos na nova era da FPF, sem receios. Somos de uma geração ganhadora e tenho 30 anos de futebol, direi que ao mais alto nível, sinto-me uma pessoa muito realizada e tudo em que me tenho envolvido entro para ganhar. Foi assim como árbitro, fui considerado o melhor árbitro do mundo em 2012. Em 2014, a realidade é o que era, na Liga, foram 10 anos consecutivos de contas positivas, depois de três negativos. Deixámos os alicerces para que possa continuar a desenvolver o seu trabalho, mas mais do que isso, foi com a minha comissão executiva que assumimos a liderança das ligas europeias e, portanto, foi uma década de sucesso. É a minha forma de estar, não olho para o passado, sim para o presente e para o futuro. Trabalho na Liga foi dos mais desafiantes enquanto dirigente, gestor. Estou e estarei sempre como presidente da FPF de tratar os meus 29 associados desta forma. Unir o futebol, o futebol português tem tanto para dar, e é com essa ambição que chegámos», começou por dizer, em conversa com Pedro Pinto, pedindo união em Portugal.

«Convergência de um quadro que nos une. Nós eramos parceiros de negócio no qual tínhamos 90 minutos em que eramos adversários, era isso que dizia, depois isso foi projetado da Liga para a FPF. Conseguimos essa convergência e será o maior legado que retirámos enquanto tivemos na Liga, dentro de cimeiras de presidentes muitíssimo difíceis. Possibilitou-nos projetar as competições profissionais e ultrapassando dificuldades imensas, como o covid, na Liga 2 com 24 equipas, uma Taça da Liga que hoje é ovacionada. Na FPF, aqui o que hoje está a acontecer, está a acontecer com sete meses. Não basta dizer que temos os melhores do mundo se não assumir que queremos ganhar. Tem sido esta mudança de filosofia, é esta a grande mudança da FPF», acrescentou, não querendo comentar as declarações dos presidentes dos clubes neste Summit, diretamente, como Villas-Boas, Varandas e Salvador.

«Enquanto presidente da FPF, se algo respeitarei neste espaço, é isso. Cabe-nos o caminho de definir o que são as linhas vermelhas e esta autorregulação que tanto exigi na Liga, é algo que espero que hoje criem dentro das próprias entidades, este processo de convergência e discussão. Seremos muito respeitadores nesse espaço. Ontem tivemos aqui o presidente da Liga, que estou certo de que conseguirá convergir e tranquilizá-los. Obviamente sempre que haja a intervenção do presidente da FPF, estarei disponível, dentro do papel de magistratura. Não é nada que não seja conhecido pelas pessoas, tenho uma excelente relação com todos os presidentes do futebol português, mas respeito aquilo que é a independência de cada um. As linhas vermelhas serão definidas por mim e quando considerar que tenho de intervir, aí o farei. Mas dentro do silencio, da tranquilidade, até lá esperamos que as próprias organizações encontrem os seus caminhos», justificou, avançado para a questão da centralização dos direitos televisivos.

«Conheço muito bem e acredito nesse processo. O Presidente da Liga herdou um diploma legal de 2021, que tinha dois deadlines de 2026 e 2028. O nosso trabalho foi de criar todas as condições para que esse diploma fosse cumprido. 7 anos. Tempo imenso para a discussão. Esse processo foi entregue, acreditamos muito nele, temos noção de que é o mercado que irá ditar o resultado final sobre o diploma. A FPF delegou na Liga esta responsabilidade, mas também terá um papel muito importante neste momento, a Liga deu conhecimento da sua proposta e vamos acompanhar com muito entusiasmo este processo», disse, fazendo um balanço de sete meses como Presidente da FPF.

«Olho sempre para as coisas pela sua perspetiva positiva. Fizemos o maior Summit de futebol do mundo. Olhar de forma positiva, de forma sustentável, mas dinâmica. Foram sete meses intensos, mas muito positivos. Estamos a fazer o que planeamos, com três eixos de intervenção: primeiro desportivo, depois associativo e um terceiro empresarial. No final queremos títulos internacionais e que desportivamente o futebol português se desenvolva», afirmou, revelando quantas pessoas estiveram neste evento em quatro dias e também que vai ser repetido no próximo ano.

«Tenho orgulho de ser português. Lançar o maior Summit tinha riscos, mas mais de 25 mil pessoas passararam aqui nestes quatro dias, com dinâmicas atrevidas, falámos de tudo, coisas boas, desafios, coisas más. O futebol português está de parabéns. Em todas as áreas do futebol, vamos continuar a ganhar, porque é para isso que aqui estamos. Summit em 2026? Podemos esperar a mesma qualidade, a mesma involvência, ainda melhor, estão já convocados para o próximo Summit, o melhor do mundo», garantiu, finalizando com o Mundial 2026.

«É para ser campeão do mundo. Quem tem esta estrutura altamente profissional, estrutura desportiva que acompanha a Seleção A, quem tem o melhor jogador do mundo, tem de ambicionar ser campeão do mundo e nós não temos de ter receio de afirmar isso. Falo com este orgulho português, quando vi em 2004 o que nós fizemos… em 2026 queremos ser campeões do mundo», finalizou.