Villas-Boas pede ajuda à FPF e à Liga
André Villas-Boas esteve no Portugal Football Summit na manhã desta sexta-feira e abordou vários temas importantes para o futebol português, dando também algumas sugestões inovadoras para o campeonato, lembrando também a questão da centralização dos direitos televisivos.
«O caminho que temos de trilhar em conjunto e absoluto, passa por partir pedra dos três grandes com os outros clubes, acho que a demografia portuguesa não tem paralelo com outros países. Percebo a centralização, e as declarações de Varandas, somos apoiantes da centralização, o Benfica é o único que está contra, segundo o seu presidente», começou por dizer, sugerindo mais clássicos.
«Nós temos a opinião que dominamos 80% da demografia portuguesa e não são comparáveis com outros países. O caminho para a centralização é usar a repetição dos jogos entre os grandes, que trazem mais valor à competição. E podem estar várias propostas, nem é reduzir o numero de equipas nas ligas, mas aumentar para 20 e jogarmos um formato de liga dos campeões, por exemplo. Uma coisa radicalmente diferente e rapidamente um FC Porto-Sporting ou FC Porto-Benfica é jogado em vez de duas vezes, três vezes. É importante os clubes sentarem-se perante estes desafios e este Summit é groundbreaking», explicou, criticando duramente o VAR.
«Os presidentes não se podem ver uns aos outros, mas temos um caminho obrigatório a percorrer para encontrar soluções, mas os outros clubes da liga também têm de se posicionar, enquadrar-se e a verdade é que nos últimos 10 anos muitas equipas sofreram capital estrangeiro. E quem diz que não desaparecem? Há vários desafios, outros com a tecnologia, o VAR não está 100% operacional na Liga e Liga 2, é uma das maiores vergonhas nacionais que pudemos enfrentar. E ter presidentes de clube que se recusam a investir no VAR e estão à espera que a FPF pague essa tecnologia, e temos clubes que assumem esse tipo de investimento», afirmou, apelando também ao apoio da FPF e da Liga.
«Precisamos de presidentes fortes que debatam estes temas e que não andemos em cimeiras de presidentes em que nada se discute. Tenho de defender os interesses do FC Porto, mas tenho de ver a marca do futebol português a crescer e há clubes a meter um travão a esse crescimento. Vou alertando para esses temas em que podemos ser mais criteriosos. Saber que os grandes não querem ficar a perder, porque a mais valia do futebol português está neste patamar. Precisamos de atacar o sexto lugar no ranking e para isso precisamos da ajuda da FPF e da Liga. Da FPF sobre uma entrada mais tardia na 4.ª eliminatória da Taça e da Liga para não fazerem a figura que fizeram relativamente ao jogo com o Arouca», atirou, sendo que um sexto lugar no ranking dá três lugares na Champions, dois de forma direta, e que atualmente é dos Países Baixos.
Recorde-se que a alteração do Arouca-FC Porto (7.ª jornada da Liga) de 28 de setembro para o dia seguinte prendeu-se com a realização da Feira das Colheitas na vila da Serra da Freita durante o fim de semana.