Leões vencem Moreirense por 3-0, os dois primeiros golos foram de penálti. Especialista em arbitragem de A BOLA explica

Pedro Henriques analisa Sporting-Moreirense: dois penáltis claros e óbvios bem assinalados

Dois momentos de grande impacto no jogo bem decididos por Hélder Carvalho e sem a ajuda do VAR. Na disciplina... nem sempre esteve bem. Especialista de arbitragem de A BOLA explica todos os casos

1' Na transmissão televisiva, as cores do equipamento (meias e camisola) dos jogadores de campo do Moreirense, vermelho, confundiam-se claramente com o do guarda-redes, todo equipado também de vermelho, cores semelhantes que no campo talvez não provocassem dificuldade de distinção, mas na televisão é tudo igual e pouco diferenciador. Lei 4 (o equipamento dos jogadores), página 64: «(...) cada guarda-redes deve usar um equipamento de cores que o distinga dos outros jogadores e dos elementos da equipa de arbitragem…»

Positivo
Segurança, calma e muita firmeza na decisão dos lances dos dois penáltis. E também a boa movimentação e boa e colocação no terreno durante todo o jogo.

16' Após remate de Luis Suárez, o central do Moreirense Gilberto Batista intercetou a bola com ambas as pernas nunca tocando com as mãos ou braços no esférico. Boa decisão, sem penálti.

37' Após o cruzamento de Ricardo Mangas, a bola foi bater no cotovelo esquerdo de Dinis Pinto, que estava no interior da sua área, e que tinha o braço dobrado, encostado e junto ao corpo e sem qualquer volumetria extra. Decisão correta, sem penálti que o VAR confirmou.

Negativo
Tempo extra, no 1.º e no 2.º tempo. Ficaram alguns cartões no bolso. A cor do equipamento do guarda-redes do Moreirense, a confundir-se com o dos seus colegas.

45' O árbitro deu dois minutos de tempo extra, recuperação de tempo perdido, mas devia claramente ter verificado que nos sete pontapés de baliza que o Moreirense marcou, o guarda redes André Ferreira, em todos eles, demorou sempre demasiado tempo para o fazer.

45+1' Cartão amarelo bem mostrado a Ricardo Mangas, por de forma negligente pisar com o pé direito, de sola e com os pitons, o pé/tornozelo direito de Dinis Pinto.

Antes de iniciar o segundo tempo e já em pleno relvado, bem o árbitro a falar com o guarda-redes Dinis Pinto a alertar exatamente para a questão da perda de tempo, trabalho pedagógico, proativo e com visibilidade pública para que não ficassem dúvidas sobre o aviso e de que iria estar atento. Boa atitude e boa intervenção do árbitro.

53' Guilherme Schettine com a mão direita agarra e puxa Giorgi Kochorashvili, para parar e destruir logo na saída da área leonina um possível contra-ataque. Na sequência da falta assinalada, o jogador leonino pediu cartão amarelo para o seu adversário. Pela falta do jogador do Moreirense e pela reação do jogador do Sporting poderiam ter visto amarelo ambos os jogadores.

74' Pontapé de penálti bem assinalado a favor dos leões. Na ocasião, Landerson, com o pé direito de forma imprudente na abordagem, pontapeou por trás o calcanhar/perna esquerda de Trincão, acabando por desta forma derrubar o avançado leonino que tinha a bola em sua posse. Boa decisão.

80' Georgios Vagiannidis, ao vir por trás e rasteirar Vasco Sousa quando este saía em velocidade e em transição, com o objetivo de travar e parar a jogada, cometeu uma falta tática, clara, que deveria ter sido punida com cartão amarelo.

89' Marcelo, ao esticar a perna esquerda na tentativa de desarmar Trincão, acabou por acertar com a coxa no joelho e perna também esquerda do avançado leonino, quando este ficava claramente na cara do guarda-redes. Tecnicamente pontapé de penálti. Disciplinarmente, por ter anulado uma clara ocasião de golo, mas por ter sido na tentativa de jogar a bola, e de acordo com a lei da dupla penalização, o que seria um cartão vermelho passou a ser apenas cartão amarelo. Lei 12, faltas e incorreções, página 118: «(…) quando um jogador cometer uma infração contra um adversário dentro da sua área de penálti que anula uma clara oportunidade de golo e o árbitro assinala um pontapé de penálti, o jogador infrator é advertido se a infração tiver sido cometida numa tentativa de jogar ou disputar a bola …». Boa decisão técnica e disciplinar.

90' Tempo extra, recuperação de tempo perdido, em que foram dados quatro minutos, acabou por ser escasso para as incidências ocorridas, cinco paragens para substituições, dois golos e um amarelo. Relembrar que esta é uma competição onde os golos marcados e sofridos contam para a classificação, assim como há prémio para o melhor marcador, daí que mesmo com o resultado e o jogo já resolvidos os árbitros não devem encurtar este tempo adicional.

94+4' No terceiro golo dos leões, marcado por Fotis Ioannidis, não há qualquer fora de jogo na construção da jogada no corredor esquerdo do ataque, pois no momento do passe de Maxi Araújo para Alisson Santos, este tem mais de dois adversários entre ele e a linha de baliza.

A NOTA DO ÁRBITRO: 7