Noronha Lopes esteve com cerca de 150 benfiquistas em Quarteira
Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica. Foto: D.R.

Noronha Lopes: «Quis evitar benfiquistas à pancadaria»

Candidato às eleições justifica não ter contestado resultados de 2020; esclarece rejeição do voto eletrónico e apresenta soluções para que o maior número de benfiquistas possa votar nas ilhas e no estrangeiro

João Noronha Lopes, candidato às eleições para a presidência do Benfica em outubro, revelou os motivos por não ter contestado, há cinco anos, os resultados de 2020, num ato eleitoral em que teve 34,71 por cento contra 62,59 por cento de Luís Filipe Vieira.

Há cinco anos, com voto eletrónico, muitos duvidaram da contagem de votos, mas o gestor evitou «transformar a eleição mais participada de sempre numa batalha campal entre benfiquistas».

«Foi uma decisão muito difícil e individual. A maior parte de quem estava perto de mim, pensava de maneira diferente. Mas, às vezes, temos de tomar decisões difíceis, sozinhas. Naquela altura, foi o que pensei. Mesmo que tivéssemos contestado, o processo acabaria da mesma maneira. As urnas seriam levadas para um determinado local e o que quer que se pudesse fazer teria sido feito, com a agravante de que a noite teria acabado com os benfiquistas à pancadaria. E foi esse o cenário que quis evitar», afirmou, em entrevista no podcast Mata-Mata.

O gestor reforçou ser contra o voto eletrónico. «Em primeiro lugar, porque ainda não oferece condições de total isenção e credibilidade. Isso explica porque não existe nas eleições para os órgãos de soberania em Portugal e nas eleições para a grande maioria dos países democráticos deste mundo. É porque há dúvidas fundadas sobre a credibilidade do processo e a possibilidade de interferências externas. Em segundo lugar, porque acho que no Benfica é mais importante ter o voto escrito. Por uma questão de legitimidade do presidente. O que quero dizer? É importante para o presidente, quando for eleito, que não existam dúvidas nenhumas relativamente à votação. A única maneira disso acontecer é através do voto escrito, para evitar que continuemos a ter discussões sobre se o voto eletrónico era ou não fiável», argumentou.

Noronha Lopes recorda que «os sócios do Benfica votaram, mais de 90 por cento, pela abolição do voto eletrónico e pela escolha do voto físico». E que para que «exista um voto eletrónico tem de ser validado através do depósito de voto físico em urna».

«Até podemos achar a ou b, mas os estatutos são o que são. Não podemos fugir aos estatutos», acrescentou.

O gestor considera ser «importante tornar esse voto o mais alargado possível para todos os sócios do Benfica». E conta o que foi discutido na reunião entre o presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Pereira da Costa, e representantes das candidaturas.

«Falámos que o voto por correspondência seria uma boa solução. Mas tem o problema do cumprimento dos prazos estatuários, que dificilmente se conciliam com a troca de correspondência. Seria muito arriscado fazer isso, argumentou o presidente da Mesa da AG e eu compreendi. Em alternativa, o que propusemos, depois de termos proposto o voto por correspondência, foi o alargamento das secções de voto aos Açores e à Madeira, como fazemos no Continente, nas casas de Benfica, escolas ou hotel. Exatamente o mesmo processo deve ser feito fora de Portugal, nas casa do Benfica ou onde exista um número significativo de adeptos, num hotel ou consulado», partilhou.

O candidato desvaloriza os eventuais gastos para o clube. «Se não é numa votação para as eleições que justificamos gastar montante significativo, então é para quê? Este argumento não colhe. É mais complicado do ponto de vista logístico, mas temos obrigação de tentar chegar ao maior número possível de sócios nas ilhas e nos estrangeiro. E o Benfica tem de criar condições para que isso possa contecer», defendeu.

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