«Não dou dois anos para ver Rui Borges no estrangeiro»
Para tudo há um princípio e A BOLA foi escutar a voz de quem acreditou que Rui Borges dava um bom treinador. Carlos Correia, presidente do Mirandela, é o ‘responsável’. Preparava a época 2017/2018, a seguinte quando o médio Rui Borges pendurou as chuteiras, quando decidiu convidá-lo para orientar a equipa.
«Conhecia-o como jogador e também fui treinador dele. Via-se que era uma pessoa interessada no futebol. Acreditei nele e não me enganei», começou por dizer que o dirigente, que não se surpreende pelo percurso que o treinador está a ter no Sporting.
«O que está a acontecer ao Rui Borges, para mim, não é surpresa nenhuma. É mérito dele, que soube subir com trabalho, sempre rodeado da mesma equipa técnica, que também passaram todos por mim no Mirandela, o Morato, o Ricardo Chaves e o Zé Pedro. Daí eu dizer que não é novidade porque via o trabalho que eles faziam aqui, tanto como jogador e depois como treinador, apostei nele porque senti que tinha potencial para isso e via-se na altura, mesmo como jogador já, que era um líder no balneário e que poderia dar um bom treinador. Mas o Rui Borges tem uma coisa muito boa, é muito forte psicologicamente e consegue criar um bom grupo no balneário. Isto é muito importante para o sucesso de uma equipa, seja no Sporting, no Mirandela ou noutro clube qualquer. O Sporting é outro patamar, outra exigência, mas ele conseguiu dar a volta a isso e o trabalho está à vista. O sucesso dele é um orgulho nosso, dos mirandelenses», acrescentou.
Um orgulho que o treinador nunca escondeu, pelo contrário, são inúmeras as vezes que se diz transmontano com um brilho nos olhos: «Ele sempre que pode marca sempre presença nos treinos ou nos jogos. Agora tem sido mais difícil, com muito jogos do Sporting tem menos disponibilidade de vir até cá.»
Carlos Correia já prevê o futuro e não tem dúvidas em afirmar, sem dúvidas, como fez questão de realçar: «Daqui a dois anos o Rui Borges está no estrangeiro, a liderar uma equipa de top mundial. Até digo mais, não dou dois anos para ver Rui Borges no estrangeiro.»
Mesmo sabendo que o treinador está feliz de leão ao peito: «Está feliz, sim, mas o futebol é o momento e o momento agora é bom para ele e que continue muitos anos, mas no futebol o que conta são os resultados e se não aparecerem uma pessoa para do oito para o oitenta e vice-versa num instante. Ele vai ter sucesso, não tenha dúvidas, depois há outros interesses, outros valores, há muita em jogo. Mas, o que lhe desejo, enquanto presidente do Mirandela e como amigo quero o sucesso dele.»
Questionado sobre qual o campeonato estrangeiro em que vê Rui Borges, a resposta foi pronta: «Inglaterra. E ele vai conseguir isso, escute bem o que lhe digo, não dou dois anos para que isso aconteça.»
Amigos dos jogadores
Por onde tem passado Rui Borges tem potenciado vários jogadores e no Sporting não é exceção. Na época passada fez do central Debast um médio de luxo, esta época fez renascer o lateral-direito Fresneda, além de lançar vários jovens. Ter vivido o que estes jogadores vivem é, segundo Carlos Correia, fundamental.
«Também fui treinador quinze ou dezasseis anos no Mirandela e quando se vê que um jogador tem qualidade tanto faz dezassete, dezoito ou vinte anos e, nesse aspeto, o Rui dá oportunidade aos jovens e vai conseguir fazer dali seis, sete jogadores que vão chegar ao topo mundial, ele vai fazer por isso. Mas, também tem de ter pulso e é preciso um bocado de sorte, é um pau de dois bicos. Se correr bem é tudo muito bonito, se correr mal, sobra para o treinador. Mas ele está no bom caminho, caiu bem no Sporting, é muito amigo dos jogadores, gosta de os ouvir e isso faz bom balneário, além disso é muito humilde», realçou o dirigente.
O Sporting persegue o tricampeonato, algo que foge da Alvalade desde 1972/1973, e Carlos Correia deseja que o amigo transmontano deixo marca indelével na história do Sporting: «Isso é muito importante para ele, tanto a nível pessoal como de currículo, era ouro sobre azul. Está no bom caminho.»